Nada como o que a seda pode fazer por uma mulher. O tecido sensual não é apenas ligado a fascínio e intimidade: uma nova pesquisa sugere que a seda realmente parece estar associada com qualidades curativas, que variam de aliviar os sintomas da menopausa ao antienvelhecimento até, mais recentemente, o alívio de infecções.
Um estudo italiano concluiu que uma nova gama de roupa íntima de seda reduziu drasticamente a coceira e a vermelhidão na vagina de mulheres com uma infecção fúngica comum, que afeta três em cada quatro mulheres em algum momento de suas vidas.
O tratamento típico em casos persistentes é com fluconazol, um agente antifúngico. No estudo, metade das mulheres usou um tecido de seda especial e outra metade usou algodão. Ninguém sabia qual tecido estava usando; a seda especial parecia algodão também, ao invés de uma “lingerie chic”.
Depois de seis meses, cerca de 90% do grupo da seda tinha sintomas reduzidos, e a recorrência da infecção foi cortada pela metade.
Mas de que forma exatamente a seda poderia ajudar? Segundo os pesquisadores, Candida albicans, o fungo que causa a infecção, prospera em ambientes quentes e úmidos. O tecido é feito de fibroína, uma seda que absorve o excesso de umidade.
O tecido também é impregnado com um agente antimicrobiano que mata uma grande variedade de bactérias e fungos em contato, e nunca perde sua plena atividade mesmo com lavagem regular (vale lembrar que a empresa que criou a seda usada na pesquisa, Alpretec, também financiou o estudo. De qualquer forma, o tecido é parte de uma linha de roupa disponível com receita médica).
Além disso, não há pesquisa substancial que explica como a seda ajuda as mulheres a gerenciar a menopausa, mas relatos de seus benefícios são comuns.
A maioria das mulheres fica louca durante a menopausa; manchas, vermelhidão, secura e ondas de calor são normais. Uma empresária de 51 anos teve rubor facial e vermelhidão, às vezes com espinhas, e uma fronha de seda pareceu aliviar as suas flutuações de temperatura e melhorar sua pele.
Os pesquisadores explicam que o algodão, ao invés de roupa de cama sintética, é normalmente recomendado para ajudar a aliviar ondas de calor, por isso faz sentido a seda ser eficaz também.
Também há alguma evidência científica que remonta quase 20 anos que pode explicar os benefícios da seda sobre a pele: cientistas suíços publicaram uma pesquisa mostrando que a sericina, uma proteína da seda, pode aderir à queratina, proteína da pele e do cabelo, resultando em um perceptível filme homogêneo de proteção.
Dessa forma, a seda pode formar uma camada que ajuda a reter a umidade e, possivelmente, ter um efeito antirrugas.
E as alegrias da seda não terminam por aí. A seda é produzida nas glândulas salivares do bicho da seda, o estágio larval de uma mariposa, formando seu casulo. A larva se alimenta de folhas de amoreira, e estudos mostram que as amoras contêm até 79% mais antioxidantes – que ajudam a reparar as células do corpo, renovando-o – do que outras frutas com bagas conhecidas pelos seus antioxidantes, como mirtilos, uvas do monte e amoras pretas.
Marilyn Monroe sabia exatamente o que estava fazendo quando insistia em lençóis de seda, não?[Telegraph]