Não se sinta mal se você não for tão altruísta quando gostaria. Agora é cientifico: segundo um novo estudo, as almas egoístas podem realmente beneficiar o grupo como um todo. A mensagem da pesquisa é que os cientistas não devem tomar como certa a hipótese de longa data de que a cooperação é o melhor para todos.
Infelizmente, os resultados são baseados em experiências de laboratório com células de levedura. Mas os pesquisadores dizem que uma dinâmica semelhante pode desempenhar um papel em seres humanos.
Os pesquisadores examinaram duas cepas de levedura, as “trapaceiras” e as “colaboradoras”. As células de levedura que colaboravam produziam uma proteína, chamada invertase, que rompe a sacarose, difícil para as células de comer, e as transforma em glicose e frutose, mais fáceis de comer e de se converter em crescimento. As trapaceiras não produziam a proteína, mas comiam os açúcares quebrados produzidos pelas colaboradoras.
Os pesquisadores separaram alguns grupos e deram sacarose à levedura. Eles descobriram que as populações que tinham uma mistura de ambos os tipos, trapaceiras e colaboradoras, cresceram mais do que aquelas apenas com colaboradoras. A equipe também encontrou resultados semelhantes usando um modelo de computador.
Então, eles acreditam que, porque são as cooperadoras que quebram os açúcares, elas ficam muito centradas nesta tarefa e usam muito mal a glicose que produzem. Os pesquisadores concluíram que elas “desperdiçam” aquilo que produzem; não sabem administrar e converter os resultados de forma muito eficiente em crescimento.
Outra peça do quebra-cabeça envolve o que faz a produção de invertase começar. As células de levedura colaboradoras dependem dos níveis de glicose (o açúcar quebrado) para regulamentar quando e quanto da proteína deve ser liberado, mesmo quando não há sacarose por perto. Ou seja, às vezes elas produzem a proteína, mas não há nada para ser quebrado, e com isso elas se desgastam à toa.
Ter trapaceiros por perto torna os recursos mais escassos, evitando que os colaboradores desperdicem comida ou se desgastem. O mesmo pode se aplicar aos humanos, segundo os cientistas. Indivíduos mais ricos com muitas opções de comida são mais aptos a doar a metade do seu hambúrguer não comido para alguém com menos recursos.
Eles esperam que o mesmo fenômeno possa ser estudado nos seres humanos. [LiveScience]