“Estou ficando velho” não é mais desculpa para esquecer as coisas. Problemas de memória leve em pessoas mais velhas, ao contrário do que se pensou por muito tempo, não são uma parte normal do envelhecimento.
Um novo estudo descobriu que as mesmas alterações no cérebro que causam demência severa também podem ser responsáveis por esses lapsos de memória.
Segundo os pesquisadores, não é porque você está velho que problemas no pensamento e na memória são normais e devem ser ignorados. Eles afirmam que pode ser um sinal real de demência.
Alzheimer, a forma mais comum de demência, é uma doença cerebral fatal em que as pessoas perdem gradualmente sua memória e sua capacidade de raciocinar e cuidar de si próprios. Muitos especialistas acreditam que a doença de Alzheimer inicia cerca de 10 anos antes de ser diagnosticada. Os pesquisadores afirmam que suas descobertas dão mais crédito a essa teoria.
Só uma autópsia pode confirmar as alterações no cérebro usadas para diagnosticar a doença de Alzheimer. Parecido com isso, na pesquisa recente a maioria dos participantes tiveram que fazer uma bateria de testes administrada por especialistas.
O estudo incluiu 350 freiras e padres católicos que passaram por testes de memória anualmente durante 13 anos. Quando os participantes da pesquisa morreram, seus cérebros foram examinados.
Patologistas procuraram especificamente pela tau, uma proteína tóxica que forma “emaranhados” no cérebro relacionados com a doença de Alzheimer. Eles também checaram evidência de derrames e presença de corpos de Lewy, uma proteína anormal das células nervosas que pode causar uma forma de demência chamada doença de Lewy.
Os pacientes que não apresentaram qualquer sinal de perda de memória também tinham cérebros “limpos”. Nos pacientes com problemas de memória, esses sinais tenderam a desenvolver-se gradualmente, e depois se aceleraram nos últimos 4 e 5 anos de vida.
O que os pesquisadores concluíram é que as mudanças no cérebro que são as principais responsáveis pela doença de Alzheimer e outras demências também parecem ser as principais responsáveis por mudanças muito suaves no início da perda de memória e capacidade de pensamento.
Porém, os pesquisadores alertam as pessoas preocupadas com mudanças em sua memória de que elas podem fazer o teste, mas terão de ponderar essa decisão com cuidado, pois atualmente não existem medicamentos que possam alterar a progressão da doença de Alzheimer, que afeta mais de 26 milhões de pessoas globalmente.
Outros estudos estão trabalhando em novas maneiras de diagnosticar a demência baseadas em marcadores de proteína no sangue e fluidos da medula espinhal, ou outros métodos, na esperança de criar novos medicamentos que possam diminuir o desenvolvimento da doença. [Reuters]