Pesquisadores têm novas pistas de como o câncer se espalha pelo corpo. Um novo estudo mostrou que células do estroma, que permitem crescimento dos tumores, acompanham as células cancerosas quando elas “viajam” na corrente sanguínea para novos locais no corpo.
As conclusões têm implicações para todos os tumores sólidos e pode levar a tratamentos mais eficazes para alguns dos tipos de câncer mais agressivos.
Os pesquisadores descobriram que células estreladas hepáticas (CE) que “habilitam” tumores primários têm a capacidade de invadir os vasos sanguíneos e viajar através da corrente sanguínea para locais distantes, onde elas criam um ambiente favorável para as células cancerosas crescerem.
Essa descoberta contesta a crença predominante de que a metástase é o único jeito de preservar as células cancerosas. Antes, presumia-se que apenas as células cancerígenas viajavam em metástase. Pela primeira vez, foi provado que as células hepáticas também viajam, em conjunto com as células cancerosas, como se o câncer levasse uma bagagem que lhe permite se estabelecer em um novo lugar mais rápido e confortavelmente.
Em 2008, pesquisadores identificaram as CE como a causa do crescimento fibroso, ou estroma, em tumores pancreáticos. Eles descobriram que a CE levou os tumores a crescer muito mais rápido e a ficarem maiores, além de resultar em mais metástase.
No estudo recente, os cientistas utilizaram uma abordagem de incompatibilidade de gênero para verificar se essas células realmente migravam. Uma linha feminina de câncer e uma linha masculina de células estreladas hepáticas foram injetadas no pâncreas de ratas. Após sete semanas, todas as ratas tinham nódulos metastáticos com a presença de cromossomo Y positivo (masculino). Estes só poderiam ter vindo do tumor original e das células estreladas masculinas.
Para os pesquisadores, agora o desafio é impedir que as CE cooperem com as células cancerosas hepáticas não apenas no local primário do tumor, mas também para impedir ou diminuir o crescimento do câncer em outros locais do corpo. [ScienceDaily]