Pediatras nos Estados Unidos prescrevem mais de 10 milhões de antibióticos desnecessários todos os anos para crianças por doenças como a gripe e asma, contribuindo para a resistência aos medicamentos, o que é potencialmente perigoso, de acordo com um novo estudo.
Pesquisadores analisaram uma amostra representativa de quase 65 mil consultas ambulatoriais de jovens com menos de 18 anos entre 2006 e 2008. No total, os médicos prescreviam um antibiótico a cada cinco consultas. A maioria era indicada para crianças com doenças como sinusite e pneumonia.
Algumas dessas infecções são causadas por bactérias, o que pode justificar o uso dos antibióticos. Mas quase um quarto de todas as prescrições de antibióticos dadas a crianças com problemas respiratórios são desnecessárias por não exigirem esse tipo de medicação, como bronquite, gripe, asma e alergias.
Essas prescrições dispensáveis não fazem necessariamente bem a saúde – pelo contrário, podem trazer prejuízos às crianças.
Metade de todos os antibióticos prescritos age contra uma ampla gama de bactérias. O problema é que elas também matam as boas bactérias do corpo e podem tornar as bactérias que causam infecções mais resistentes aos antibióticos no futuro.
Os antibióticos podem ser maravilhosos, desde que os médicos sejam criteriosos sobre quando usá-los. Dar antibióticos que não são necessários para crianças aumenta o risco de infecções resistentes não apenas nos jovens, mas na sociedade como um todo.
E como evitar o excesso dessas prescrições? Uma dica é esperar alguns dias e verificar o estado do seu filho novamente. Se o diagnóstico ainda é incerto, pergunte ao médico se é seguro esperar um ou dois dias ao invés de começar direto com os antibióticos. [Reuters]