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O amor por pizza está destruindo a qualidade do ar de São Paulo

Moradores da cidade de São Paulo devem estar orgulhosos de que a megacidade paulista é a única a usar biocombustível para carros em todo o mundo. Ou talvez não, considerando que este avanço ambiental é desfeito porque todo mundo lá ama pizza.

Um novo estudo publicado na revista Atmospheric Environment afirma que o meio ambiente de São Paulo ainda está sendo destruído pelas emissões provenientes das 1.800 pizzas feitas diariamente em fornos à lenha na cidade. Outra culpada pelas emissões é a grande quantidade de churrascarias da cidade. Assim, mesmo que São Paulo tenha menos poluição proveniente de veículos do que antes, os paulistanos ainda precisam lidar com as preocupações a respeito da qualidade do ar.

O principal autor do estudo, Prashant Kumar, fala sério sobre soar o alarme. O professor de engenharia civil diz que mais de 7,5 hectares (cerca de 19 acres) de floresta de eucalipto são queimados a cada mês por esses restaurantes. “Isso é significativo o suficiente como uma ameaça para ser de preocupação real sobre o ambiente, negando o efeito positivo sobre o meio ambiente que a política de biocombustíveis tem”, diz ele.

A professora Maria de Fátima, coautora do estudo, da Universidade de São Paulo, acrescenta: “Apesar do grande número de veículos de passageiros e caminhões a diesel serem o contribuinte dominante nas emissões de partículas, pelo menos nós entendemos o impacto que eles têm sobre o meio ambiente e isso pode ser um fator nas soluções. As importantes contribuições para as emissões de partículas obtidas com a queima de madeira e da queima sazonal de plantações de cana precisam ser contabilizadas em estudos futuros, uma vez que também são contribuintes significativos como poluentes”.

Obviamente, isso não significa que as iniciativas de biocombustível são inúteis. As coisas seriam piores se todos estivessem usando gasolina e comendo pizza. E considerando que pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, dizem que a maior fonte de poluição em todo o mundo não são os carros, a notícia de que a mudança para biocombustíveis possivelmente não tem tanto impacto quanto o esperado não é surpreendente.

Não há nenhuma solução clara, no entanto. 1.800 pizzas por dia em uma cidade com 11 milhões de pessoas não soa como um número tão alto. E não está claro se os problemas da pizza de São Paulo estão presentes em outras cidades ao redor do mundo.

Proibir a gasolina? Lógico, tanto faz. Proibir pizza feita em fornos à lenha? Aí temos um problema. [Gizmodo, Phys.org]

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