Não é de hoje que pessoas na Terra estão reclamando de falta de espaço para a agricultura. Também não é tão recente a iniciativa dos programas espaciais de aterrissar em Marte e descobrir mais sobre o nosso planeta vizinho. Pois cientistas da Universidade de Sydney (Austrália) descobriram algo que pode fazer a humanidade matar esses dois coelhos com uma cajadada só: o ambiente marciano é perfeito para praticar a agricultura.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas simularam um modelo de crescimento vegetal em marte para comparar. No caso, as plantas teriam que se desenvolver dentro de cápsulas hidropônicas, e não totalmente ao ar livre.
Os cientistas afirmam que o solo vermelho do planeta é ideal para o crescimento de espécies vegetais, e a gravidade reduzida de Marte irá exigir menos água e adubo do que aqui na Terra. É que o solo sob gravidade marciana é capaz de armazenar mais água, portanto perde menos com a evaporação. Este aumento de eficiência significa que nós poderíamos usar incríveis 90% menos de água para irrigação. O uso de fertilizantes também poderia ser facilmente reduzido, o que torna a plantação muito mais econômica.
Mas a gravidade, que pode ajudar nesse quesito, também seria capaz de atrapalhar. Como a gravidade é apenas um terço da nossa, o fluxo da circulação da água pelas plantas cai de velocidade na mesma proporção, o que poderia asfixiar microorganismos atuantes, além de matar as raízes que necessitam de oxigênio.
Além disso, uma lavoura em Marte poderia ser mais “poluente”. O solo marciano consome oxigênio mais rapidamente e demanda mais, o que resulta em um aumento de 10% nas emissões de CO2. Então, teríamos que arranjar providências para evitar um efeito estufa em Marte também. Isso tudo, claro, se é essa ideia for colocada em prática um dia. [PopSci]