Segundo um novo estudo, planetas semelhantes à Terra com núcleos tumultuados podem suportar vida, mesmo que não tenham estrelas.
Os pesquisadores apelidaram esses mundos de “planetas Steppenwolf” [Steppenwolf é o nome de uma banda de rock cujo sucesso foi a canção “Born to be Wild”, em português, “nascido para ser selvagem”], porque toda a vida neste habitat estranho existiria como um lobo solitário vagando pelas estepes da galáxia, e porque eles nasceram para ser selvagens.
Esses planetas foram expulsos de seus sistemas solares, o que aparentemente é comum em todo o cosmos. A água líquida é geralmente considerada um pré-requisito para a vida, e eles poderiam abrigar oceanos de água líquida, desde que o núcleo do planeta fosse aquecido e a água estivesse enterrada sob uma camada protetora de gelo.
Um planeta 3,5 vezes o tamanho da Terra, com composição semelhante à Terra e idade mais ou menos parecida, poderia, teoricamente, manter um oceano líquido subglacial. Se ele tiver cerca de 10 vezes mais água do que a Terra ou uma atmosfera muito espessa, só precisaria ter cerca de 0,3 vezes o tamanho da Terra; isso é um pouco maior do que Marte e menor que Vênus.
Assim como a Terra, o planeta Steppenwolf precisaria de um manto para manter o calor geotérmico, sustentando pelo menos um pouco da água na forma líquida. Isso é diferente das forças de maré que mantêm os oceanos do satélite Europa líquidos, de modo que o planeta poderia existir sozinho, sem estrelas ou planetas vizinhos para mantê-lo aquecido.
Há um monte de fatores desconhecidos, incluindo as funções de convecção e condução em transferência de calor. Porém, a teoria continua sendo interessante: esse tipo de planeta poderia ser uma maneira de espalhar a vida por todo o universo. Os cientistas ressaltam que, se eles cruzarem nossa vizinhança, seremos capazes de vê-los através de telescópios poderosos. Quem sabe esse é um bom começo. [POPSCI]