Quem sofre com enxaqueca sabe como são difíceis os sintomas: dores não apenas na cabeça, como às vezes até na nuca e na coluna, problemas de visão e hipersensibilidade à luz, e náuseas. A população, portanto, ficaria espantada se ouvisse falar que pode existir enxaqueca em outros órgãos do corpo humano. Pois existem: a explicação é do Doutor David Doddick. O médico trabalha na Clínica Mayo (Minnesota, EUA), uma das mais conceituadas do mundo.
Doddick conta que existe uma doença conhecida como “enxaqueca abdominal”, que é exatamente isso: parece uma enxaqueca, mas não há dor de cabeça alguma. Ao invés disso, o que há é uma terrível náusea estomacal. Pode também atingir adultos, porém é mais comum na infância, em crianças de seis a doze anos.
A criança sofre com ocorrências recorrentes de intensidade moderada ou elevada de dor abdominal com duração de até três dias. A dor, assim como a dor de cabeça da enxaqueca, pode dar origem à perda de apetite, náuseas e vômitos. A doença, em linhas gerais, ainda é um mistério para os médicos. Tão obscuro é o problema, que na maioria dos casos é tratado exatamente com os mesmos medicamentos usados contra a enxaqueca, apesar de serem coisas distintas. Apesar disso, a eficácia desses remédios nesse papel é relativamente alta.
Além da enxaqueca abdominal, há um outro distúrbio conhecido como “vômitos cíclicos”, que também ocorre com mais frequência em crianças. Os pacientes, nesse caso, geralmente tem experiências recorrentes de vômitos, até quatro vezes por hora, tortura que pode durar mais de cinco dias. Pense numa pobre criancinha vomitando quatro vezes por hora durante cinco dias. Realmente os médicos devem dar maior atenção ao problema. [NY Times]