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Polos magnéticos da Terra podem começar a se inverter amanhã mesmo

No laboratório da Universidade de Maryland (EUA), uma esfera de aço inoxidável com 3 metros de diâmetro gira rapidamente. É o maior modelo do interior da Terra já construído, e se assemelha a Estrela da Morte de Star Wars.

O geofísico Daniel Lathrop quer, entre outras coisas, usá-lo para prever quando o campo magnético da Terra poderá se inverter.

Ao longo da história do nosso planeta, nosso campo tem se revertido centenas de vezes: o norte magnético já deslizou para baixo do planeta, enquanto o sul magnético viajou para o norte. Assinaturas em rochas vulcânicas revelam que a última inversão aconteceu 780 mil anos atrás, quando os ancestrais humanos ainda estavam aprendendo a fazer fogo.

Nós ainda estamos aqui, então provavelmente vamos sobreviver a próxima inversão. No entanto, não temos ideia do que esperar.

Durante a inversão, um evento gradual que leva cerca de mil anos, o campo magnético vai enfraquecer. Sem a proteção que ele oferece, será que a radiação do sol vai nos bombardear? Será que as aves migratórias que dependem do campo magnético vão ficar irremediavelmente confusas?

E quando isso vai acontecer?

Algumas estimativas dizem que “em breve”, o que, para um geofísico, pode ser nos próximos 10 mil anos. Pode até começar amanhã. E é aí que esfera de Lathrop pode ajudar.

A pesquisa

Dentro da grande esfera há uma outra esfera, e o espaço entre as duas é preenchido com 12 toneladas de sódio líquido, aquecido a 93 graus Celsius.

Essa configuração imita o ferro líquido no núcleo externo da Terra, que forma correntes elétricas que geram o nosso campo magnético. A equipe de Lathrop espera descobrir como esse campo se forma e evolui.

De acordo com especialistas, qualquer teoria que eles sejam capazes de até mesmo descartar será notícia de primeira página – isso é o quão pouco sabemos sobre esse processo.

Com a esfera girando a 72 quilômetros por hora e uma pequena ajuda de eletroímãs, a equipe já viu rajadas magnéticas de curta duração dentro do sódio. Quando começar a funcionar a cerca de 144 quilômetros por hora, no final deste ano, o sódio poderá gerar um campo sem precisar de qualquer impulso extra. Se assim for, e com um segundo do experimento igualando a 5.000 anos de tempo na Terra, os pesquisadores poderão ver uma reversão antes de todo mundo no planeta. Só esperamos que o que eles descubram seja bom (ou não tão ruim) para nós. [SmithsonianMag]

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