Em uma lanchonete lotada, você tem que berrar para ser ouvido. É assim que as baleias francas estão se sentindo nas águas cada vez mais ruidosas do oceano.
Um novo estudo alerta que a poluição sonora nos mares pode custar muito. Os impactos do aumento do ruído no oceano a partir de atividades humanas são uma preocupação para a conservação de animais marinhos, como baleias. Segundo cientistas, a capacidade de alterar as vocalizações para compensar o ruído ambiental é fundamental para a comunicação bem-sucedida em um oceano cada vez mais barulhento.
A poluição sonora nos oceanos, principalmente causada pelas navegações e transportes aquáticos, dobra a cada década. Mais ruído significa que o alcance da comunicação das baleias para a alimentação ou acasalamento, que normalmente cobre milhares de quilômetros, vai encolher e os níveis de estresse nos animais podem subir.
O som mais comum que as baleias francas produzem podem ser chamados de “chamadas de contato”. Elas emitem o som quando estão sozinhas ou em processo de união com outras baleias. O som começa baixo e sobe de tom.
As baleias aumentam a amplitude do som, ou a energia em suas chamadas, à medida que aumenta o ruído de fundo sem alterar a freqüência das chamadas. Isto significa que a baleia franca ainda deve ser capaz de compreender chamados de outras da espécie sobre o ruído do oceano.
Porém, a mudança dos padrões de chamada pode ser perigosa. “Mais alto” requer mais energia, e as informações dos sons poderiam não ser entendidas. As chamadas mais altas também poderiam alertar os predadores, segundo os cientistas.
As baleias francas são grandes baleias, que aparecem com frequência perto da costa. São ricas em gordura, nadam lentamente e permanecem à tona após a morte. Essas baleias foram quase extintas, até sua caça ser proibida no início do século 20, mas ainda estão na lista de espécies ameaçadas. [MSN]