Ficamos arrepiados quando estamos com medo pelo mesmo motivo que os gatos ficam com os pelos eriçados quando se sentem ameaçados. O princípio disso é que, se achamos que seremos atacados, tentamos parecer os maiores possíveis. As pessoas não têm tantos pelos quanto os gatos, mas os arrepios são um resquício de quando éramos peludos.
O ato de arrepiar os cabelos em si começou como uma resposta ao frio. Quando nosso cabelo fica arrepiado, ele forma uma camada de ar isolante ao redor do corpo. Mas, em algum ponto da história, milhões de anos atrás, alguns de nossos antepassados assustaram supostos atacantes arrepiando os cabelos, e isso lentamente foi estabelecido como um mecanismo útil de defesa.
A herança dessa resposta fisiológica explica porque o medo está associado ao frio. Ficar com o cabelo em pé era inicialmente uma questão de temperatura, e só depois se relacionou com o medo, mas ainda sim você pode ter arrepios na espinha quando sente que algo ruim pode acontecer.
Quando nossas expectativas são derrubadas, podemos sentir calafrios também. Eles podem surgir quando temos algum tipo surpresa ou emoção intensa, até mesmo com músicas, na mudança de volume, ou quando o cantor começa a cantar. As pessoas também costumam ter calafrios nas tonalidades tristes das canções. Uma das hipóteses é que certos tons imitam um “grito de separação humana” que nos lembram, mesmo que inconscientemente, a perda de um ente querido, resultando em arrepios.
Mesmo ouvindo a mesma música sempre, a pessoa pode ter calafrios ouvindo a mesma passagem por muitas vezes. Isso acontece porque o cérebro pode tolerar milhares de alarmes falsos a fim de nos proteger em uma ocasião em que o alarme é real.
É por isso que quando sabemos que estamos seguros vendo um filme de terror, por exemplo, os alarmes falsos podem ser uma fonte de prazer. Uma parte do nosso cérebro está dizendo “Ai meu Deus, vou morrer!”, mas a parte consciente está dizendo que está tudo bem. Os arrepios, neste caso, fazem com que nos sintamos bem. [POPSCI]