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Poucos meninos são realmente viciados em videogame e jogos de computador

Embora muita gente acredite que a maioria dos adolescentes parece ser viciada em videogame além do que seria considerado saudável, uma nova pesquisa afirma que uma pequena percentagem de garotos pode ser muito obcecada com jogos.

As descobertas sugerem que para a maioria dos adolescentes, os jogos de videogame são apenas uma parte do comportamento normal. Os resultados de alguns estudos anteriores tinham levado as pessoas a acreditar que os videogames poderiam provocar comportamentos agressivos em adolescentes, mas pesquisas muito cuidadosas, como este estudo, não suportam esses resultados.

O estudo incluiu mais de 4.000 estudantes de ensino médio americanos. A análise concluiu que, entre aqueles que jogavam videogame ou jogos de computador, apenas 5% relataram sinais de “problemas”, que incluem uma vontade irresistível de jogar, tentar reduzir a quantidade tempo jogando e falhar, sentimentos de tensão que só poderia ser aliviados ao jogar, etc. Esses comportamentos são semelhantes ao diagnóstico de dependência de álcool, drogas e jogos de azar.

Os pesquisadores perguntaram aos estudantes sobre jogos e vários comportamentos relacionados à saúde. Globalmente, 76% dos rapazes e 29% das meninas disseram que jogavam videogame ou jogos de computador. Especificamente, 6% dos rapazes e 3% das meninas relataram sinais de problema de jogo.

Além disso, não há evidências de que o passatempo seja ligado a efeitos negativos na saúde. Os pesquisadores descobriram que entre os 95% dos jogadores que não são viciados, os que jogavam videogame não tinham nenhuma probabilidade maior de beber ou usar drogas, e tinham menos probabilidade de fumar.

Mas nem tudo são rosas: uma exceção foi vista entre as meninas que jogavam videogame. Elas eram mais propensas a admitir que entraram em brigas sérias ou portavam uma arma. Não são estatísticas assustadoras, no entanto. A grande maioria das meninas não relatou nenhum comportamento; 4% disseram que tinha entrado em uma briga séria no ano passado, e 8% disseram que carregavam uma arma.

Ao contrário de quem apenas joga, as pessoas com problemas de jogos estavam relacionadas a maiores riscos de tabagismo, depressão, uso de drogas e brigas. Entre os que fumavam regularmente, por exemplo, 8% eram jogadores problemáticos, contra 4% entre os adolescentes que disseram que nunca haviam fumado. Mas se o jogo ajudou a causar esses comportamentos, ou simplesmente co-existia com eles, ainda não está claro.

Segundo os pesquisadores, a correlação não é uma causalidade. Por exemplo, as crianças que fumam também podem ser mais propensas a desenvolver problemas de jogo, e não o contrário. Mas essas conclusões não podem ser tiradas a partir desses dados.

O resultado geral é que as taxas de problemas relacionadas a jogos entre os adolescentes são baixas, mas não insignificantes. O conselho dos pesquisadores é que os pais procurem sinais de problema de jogos em seus filhos.

Por exemplo, a quantidade de tempo que um adolescente passa jogando videogame não é, por si só, um sinal definitivo. Mas, se ele está negligenciando trabalhos de escola, atividades sociais que não estão relacionadas com jogos, ou se deixa de comer ou dormir para jogar, daí é uma causa de preocupação.

Os pais que estiverem preocupados com o comportamento de jogo de seus filhos podem levá-lo ao pediatra. Se necessário, o pediatra pode encaminhá-lo para um profissional de saúde mental. [Reuters]

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