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Primeiros canibais do mundo comiam pessoas apenas para obter nutrientes

Segundo um novo estudo, os primeiros canibais conhecidos no mundo comeram uns aos outros um milhão de anos atrás para satisfazer suas necessidades nutricionais.

A pesquisa nega outras possibilidades, como canibalismo por causa de rituais, ou canibalismo devido à fome. Neste caso, o mais antigo conhecido, havia outros alimentos disponíveis, mas a carne humana era apenas parte da refeição natural da espécie.

Essas práticas foram realizadas pelo Homo antecessor, que habitou a Europa há um milhão de anos. Os pesquisadores afirmaram que o Homo antecessor foi o último ancestral comum entre a linhagem africana que deu origem à nossa espécie, Homo sapiens, e a linhagem que levou aos neandertais europeus do Alto Pleistoceno.

Os antropólogos analisaram restos de comida, ferramentas de pedra e outros achados associados com o Homo antecessor em uma caverna chamada Gran Dolina, na Serra de Atapuerca, perto de Burgos, Espanha. Uma aparente pilha de lixo continha ferramentas, ossos e restos de carne tanto de animais, quanto de indivíduos da espécie Homo antecessor, brutalmente assassinados.

Havia marcas de corte, de descamação da pele e marcas de pancadas, que mostram que os corpos destes indivíduos foram processados da mesma forma que outras carcaças de mamíferos: houve esfolamento, retirada de carne, desmembramento, evisceração e extração de periósteo (membrana que alinha os ossos) e de medula.

Os investigadores acrescentaram que as técnicas de açougue identificadas no local mostram a intenção primordial de obtenção de carne e tutano explorando ao máximo os nutrientes. Uma vez consumido, os remanescentes humanos e não humanos foram despejados, misturados junto com as ferramentas líticas.

Os ossos não humanos pertenciam a animais como os ursos antigos, lobos, raposas, mamutes, linces e outros. Animais pequenos eram processados da mesma forma. Segundo os pesquisadores, estes dados sugerem que os Homo antecessor praticavam o canibalismo gastronômico.

Para apoiar ainda mais essa crença, eles apontam que os indivíduos consumidos vieram de uma variedade de grupos etários, desde crianças a jovens adultos.

O arranjo domiciliar, a escolha de presas, a caça e os métodos de açougue sugerem que o Homo antecessor vivia em grupos coesos que provavelmente tinham que competir com outros grupos de Homo antecessor.

Os antropólogos acreditam que, necessariamente, um nível de complexidade comportamental está presente entre os grupos humanos e essa complexidade permite a utilização do canibalismo em resposta aos recursos da concorrência com outros grupos humanos.

Outros estudos mostram que comer um inimigo para obter ganhos políticos e nutricionais também foi provavelmente praticado pelos neandertais e pelos os primeiros membros da nossa própria espécie. Estes também praticavam o canibalismo por outras razões, como durante rituais.

Já um outro pesquisador calcula que teríamos que consumir muitos de nossos irmãos para o canibalismo ser uma fonte nutricional sustentável. Em vez disso, os seres humanos eram comidos porque permitiam o desenvolvimento de melhores armas de caça e outras ferramentas, que então permitiam que quase tudo estivesse nos menus das nossas espécies antecessoras. [MSN]

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