As novas mães que têm dificuldade na hora da amamentação podem ter maiores riscos de depressão pós-parto, sugere um novo estudo. Embora a amamentação não seja necessariamente a causa dos sintomas depressivos, as mães e os médicos devem estar cientes que os dois fatores andam de mãos dadas.
Um estudo com quase 2.600 mulheres que já amamentaram mostrou que menos de 8% apresentaram depressão até dois meses após terem o bebê. O risco foi maior entre as mulheres que diziam ter fortes dores nos seios ou que “não gostavam” de amamentar o bebê em suas primeiras semanas de vida.
Um limite do estudo é que não havia informações sobre o histórico de depressão das mulheres durante a gravidez. Então, pode ser que mulheres que já estavam deprimidas tinham mais dificuldades com a amamentação. Embora os culpados das dificuldades da amamentação não sejam claros, tudo se torna mais difícil quando uma pessoa está deprimida. Fatores hormonais também podem contribuir tanto na amamentação quanto na depressão.
Independentemente das razões para essas conexões, os pesquisadores afirmam que problemas de amamentação precoces devem servir como um sinal de alerta de depressão pós-parto em algumas mulheres.
É importante que as mamães que tenham qualquer dificuldade na hora da amamentação mantenham seus médicos informados. Nem todas as mulheres que não gostam da amamentação – que pode ser dolorosa ou demasiadamente difícil – estão destinadas a depressão, mas esse é um fator de risco.
O desenvolvimento do “baby blue”, ou depressão fisiológica, que se caracteriza pela ansiedade, tristeza e irritação nos dias depois do parto, é bastante comum entre as novas mães. A depressão pós-parto é menos frequente, afetando cerca de 10% das mulheres. Alguns sintomas incluem fortes sentimentos de ansiedade, tristeza ou desamparo, que não melhoram após uma semana e começam a interferir na vida cotidiana da mulher.
Quanto ao tratamento, alguns médicos podem recomendar um medicamento antidepressivo (que geralmente é considerado seguro durante a amamentação), ou terapias com psicólogos ou psiquiatras, dependendo do caso. [Reuters]