Produtos biodegradáveis (desde sacos de lixo a fraldas e canetas), como o próprio nome sugere, são projetados para se degradarem de forma relativamente rápida e desaparecerem no meio natural quando são jogados fora.
Já que é assim, isso significa que eles são muito melhores para o meio ambiente, certo? Errado. Nem tudo se resume a decomposição, segundo um novo estudo.
Cientistas explicam que os produtos biodegradáveis, conforme se degradam, liberam um gás do efeito estufa potente, o metano, um problema que se agrava pela taxa relativamente rápida com que se decompõem.
Os pesquisadores observaram o que aconteceu quando resíduos de comida, papel, papel de jornal, resíduos sólidos urbanos em geral, e um polímero biodegradável chamado PHBO foram enterrados em um aterro americano médio.
A experiência mostrou que os materiais com maiores taxas de decomposição, como restos de comida e PHBO, em última análise emitiram mais metano na atmosfera.
Quanto mais lentamente o gás é produzido, mais gás o aterro pode recolher. Os sistemas de coleta geralmente são instalados após resíduos serem enterrados. Durante o tempo de intervenção, normalmente cerca de dois anos, quanto mais rápida a decomposição, mais metano é liberado.
Para melhorar o benefício ambiental de produtos biodegradáveis, eles devem ser projetados para se decomporem mais lentamente, e mais metano deverá ser recolhido a partir de aterros.
Os pesquisadores explicam que, com a tecnologia certa, o metano do aterro pode até ajudar o meio ambiente. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA relata que cerca de um terço do lixo produzido no país vai para aterros que capturam metano e usam o gás para gerar calor e eletricidade.
Outro terço vai para aterros onde o gás é simplesmente queimado (e termina na atmosfera), e o restante vai para aterros sanitários que permitem que o metano escape para a atmosfera.
O metano fica na atmosfera por um período de tempo muito menor do que outros gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, entretanto, prende o calor de forma mais eficaz. Sendo assim, o ideal era liberá-lo menos para a atmosfera.[LiveScience]