Belo fenômeno no qual as copas das árvores evitam se tocar

Por , em 15.08.2017

Você provavelmente nunca ouviu falar desse fenômeno, mas pode já ter apreciado sua beleza.

A “copa tímida” (ou, em inglês, “crown shyness”) é um fenômeno que ocorre naturalmente em algumas espécies arbóreas, no qual as coroas de árvores vizinhas de altura similar não se tocam, mas ficam separadas por uma lacuna.

O efeito visual é impressionante, uma vez que cria bordas claramente definidas, semelhantes a rachaduras ou rios no céu, quando vistas de baixo.

A principal hipótese

Embora o fenômeno tenha sido observado pela primeira vez na década de 1920, os cientistas ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre o que o causa.

Uma teoria sugere que esse espaço vazio pode ser causado por quebras de galhos e ramos em colisões violentas que ocorrem durante tempestades e ventos fortes. Experiências mostraram que, se as árvores com copa tímida forem artificialmente impedidas de balançar e colidir ao vento, elas gradualmente preenchem os espaços vazios no dossel.

Os pesquisadores também descobriram que o fenômeno não ocorre quando as árvores são jovens e curtas, mas sim se desenvolve mais tarde, uma vez que alcançam uma certa altura e são capazes de influenciar o vento.

As árvores com troncos finos têm copas relativamente pequenas por causa de sua menor capacidade de resistir à deflexão no vento. Portanto, balançam amplamente no vento e são mais propensas a colidir com as vizinhas.

Dúvidas

Um estudioso da Malásia que analisou a Dryobalanops aromatica, no entanto, não encontrou evidências de colisão de galhos devido ao contato. Ele sugeriu que as pontas crescentes dessas árvores eram sensíveis aos níveis de luz, e paravam de crescer quando se aproximavam de folhagem adjacente.

Talvez a “copa tímida” seja uma espécie de medida preventiva contra o sombreamento (otimizando a exposição à luz para a fotossíntese).

Alguns ainda sugerem que as árvores apresentam esse fenômeno como proteção, para evitar a propagação de larvas de insetos que destroem folhas.

Um dos poucos lugares onde o fenômeno pode ser observado é o Instituto de Pesquisa Florestal da Malásia, em Kuala Lumpur. Algumas das fotos que acompanham este artigo foram tiradas lá. A imagem do topo foi feita por Dag Peak na Plaza San Martins, em Buenos Aires, na Argentina. [ThisIsColossal, AmusingPlanet]

5 comentários

  • Galmont Da Catalunya:

    Navalha de Occam: elas preferem não se tocar.

  • Erik Martinez:

    Cesar, não concordo,fica evidente nas fotos que são hectares de uma mesma especie, o que implica disseminação atraves especie especifica.

    • Cesar Grossmann:

      Bom, eu não sei muito sobre o assunto, aliás, não sei nada mesmo…

  • Renan Altair Nardi:

    Chute: parece-me uma forma de permitir que mais luz chegue ao solo. Forma de facilitar germinação e crescimento de suas próprias sementes.

    • Cesar Grossmann:

      Acho que não. Isso facilitaria também a germinação de sementes de árvores próximas, se fosse este o caso. E se olhar, não libera tanto espaço assim para fazer uma diferença para as sementes. E, finalmente, as novas plantas, se crescerem, competirão com seus “pais”, o que não é desejável…

Deixe seu comentário!