Aquele estranho momento em que você conta uma piada e todos os seus amigos ficam em silêncio. Um psicólogo holandês acredita ter descoberto exatamente o que torna essas interrupções entre as conversas tão terrivelmente incômodas: eles trazem à tona profundos e primitivos medos de aceitação e de pertencimento social.
O estudo envolveu 162 estudantes universitários, divididos em dois grupos. Cada um assistiu uma de duas versões de um videoclipe, no qual três mulheres conversavam sobre relacionamentos. Os participantes deveriam se imaginar como uma das personagens do vídeo, chamada Linda.
O clipe mostrava as três garotas conversando, até o momento em que Linda mencionava que todos os professores que mantinham relações sexuais com alunos deveriam ser despedidos imediatamente. Constrangedor, não? Os personagens então suavemente dirigiam a conversa para um assunto não diretamente relacionado com a fala de Linda, sem retornar a esse tema até o final do vídeo.
Em uma das duas versões do vídeo, no entanto, as palavras de Linda eram seguidas por quatro segundos de silêncio, enquanto na outra edição a conversa continuava sem nenhuma interrupção. Ao responder como se sentiam na pele de Linda, os voluntários que assistiram a versão com o silêncio constrangedor relataram mais emoções negativas, como rejeição, baixa auto-estima e menos sentimento de pertença, do que aquelas que viram o vídeo sem nenhuma interrupção na conversa.
Porém, os pesquisadores não recomendam preencher todo e qualquer silêncio em uma conversa. Ao invés disso, eles sugerem tentar identificar o que causou a interrupção – um desentendimento? Uma declaração polêmica? – e lembrar que as pessoas que presenciaram o momento estão se sentindo tão desconfortáveis quanto você. Afinal, situações embaraçosas acontecem com todo mundo. [msnbc]