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Redação de auto-afirmação ajuda mulheres a saírem melhor em provas de física

As mulheres ainda ficam atrás dos homens nos campos das ciências exatas, tecnologia, engenharia e matemática, e parte do problema pode ser psicológico. Segundo pesquisadores, o estereótipo de que os homens são melhores do que as mulheres em matemática e ciência pode exercer pressão sobre as mulheres que se preocupam se o estereótipo aplica-se a elas.

Uma nova pesquisa mostra que as mulheres em idade universitária que afirmaram a sua identidade através de um exercício de redação foram muito melhor do que as outras em um exame de física.

Os pesquisadores dizem que a ameaça psicológica pode levar as mulheres a resultados piores. O teste de redação é um exercício que “as protege” contra essa ameaça psicológica.

O curso introdutório da universidade que foi usado para a pesquisa é destinado a estudantes que planejam ser cientistas. Assim, as mulheres deste curso, provavelmente, iam bem em cursos de ciências do ensino médio, são interessadas em ciência, e estão altamente motivadas.

O fato dos pesquisadores terem descoberto que as mulheres vão melhor nos exames do curso quando se “auto-afirmam” mostra que alguns processos psicológicos estão afetando o desempenho delas nos exames, e que essas influências são poderosas.

Durante o exercício de redação de 15 minutos, chamado de intervenção de afirmação de valores, alguns alunos escreveram sobre os seus valores pessoais mais importantes, como amigos e familiares. Este exercício, realizado duas vezes ao longo do curso, pareceu melhorar o desempenho das mulheres, mas não dos homens, nas provas de múltipla escolha do curso e em uma prova nacional, padronizada, de domínio conceitual da física. Historicamente, os homens superavam as mulheres substancialmente nos exames deste curso, bem como no teste padronizado.

De 399 alunos, os pesquisadores pediram a um grupo aleatoriamente selecionado para escrever sobre valores pessoais importantes, selecionados de uma lista (que incluía “relacionamentos com amigos e família”, “aprendizagem” e “adquirir conhecimentos”) durante a primeira e a quarta semana do curso. Outros estudantes foram colocados em um grupo de controle e os pesquisadores pediram para eles escreverem sobre seus valores menos importantes, e explicar porque poderiam ser importantes para outras pessoas.

No final do curso, de duração de 15 semanas, a diferença de desempenho acadêmico entre homens e mulheres tinha diminuído para as mulheres que fizeram o exercício de afirmação de valores.

Cerca de 56% das mulheres do grupo de controle tiraram “C”, e 23% tiraram B. Já entre as mulheres que realizaram o exercício de afirmação, os Bs aumentaram para 37% e os Cs diminuíram 41%. Para os homens, o exercício de afirmação pareceu não fazer diferença nas notas.

A pesquisa também indicou que a melhoria acadêmica resultante foi mais pronunciada nas mulheres que acreditavam que os homens se saíam melhor em física. No grupo de controle, quanto mais as mulheres acreditavam fortemente nesse estereótipo, pior elas se saíam nos testes. Essa correlação negativa não foi encontrada entre os que fizeram o exercício de afirmação.

Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que textos de auto-afirmação melhoram o desempenho das mulheres em exames ao aliviar sua ansiedade relacionada a ser vista à luz de estereótipos negativos sobre o sexo feminino na ciência.

No entanto, eles alertam que o exercício de afirmação não faz milagre, pois muitos outros fatores podem contribuir para as disparidades de gênero no domínio da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. [LiveScience]

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