Uma substância química, que está causando polêmica sobre seus efeitos colaterais, ganhou, este mês, um aliado em sua luta. Os bisfosfonatos são utilizados para tratar a osteoporose em mulheres no período pós-menopausa.
O primeiro nocaute veio de um comunicado, lançado em 2010, pela Food and Drugs Administration, órgão do governo americano que cuida da aprovação de alimentos e medicamentos (para humanos e animais) nos EUA. A agência anunciou que estava investigando possível ligação entre o composto e fraturas atípicas no fêmur de mulheres usando remédios baseados em bisfosfonatos. Também foram relatados casos de necrose no osso do maxilar de algumas mulheres.
Veio, então, o revide. Pesquisadores australianos publicaram o resultado de um estudo que dizia que mulheres idosas que tomam bisfosfonatos vivem mais tempo. A cada cem mulheres do estudo, três que não usaram a droga para os ossos morreram todo ano, em comparação a uma porcentagem menor que um, para aquelas que receberam o medicamento.
Apesar de não provar que os bisfosfonatos aumentem a longevidade, o médico Ethel S. Siris, do Centro Toni Stabile de Osteoporose, da Universidade Columbia, considera os resultados “boas notícias”. Uma especulação é que as mulheres que recebem o tratamento fiquem mais saudáveis.
Estimativas de Siris, publicadas em janeiro, mostraram que os bisfosfonatos podem ter prevenido mais de 144 mil fraturas entre mulheres em pós-menopausa em um período de oito anos. “O lado ruim é que as notícias exageradas sobre os riscos de efeitos colaterais desta droga veiculadas pela mídia têm feito as pessoas suspenderem o tratamento, quando deveriam continuar”, disse o médico. Os especialistas esperam que a novidade lançada pelos pesquisadores australianos faça as pacientes recuperarem a confiança no medicamento.
Pelo sim, pelo não, melhor aguardar o próximo round. [Reuters]