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Revés na ciência: pesquisadores passaram três décadas estudando algo que não existe

Sem dúvida, o objeto mais proeminente em nosso sistema solar é o sol. Basta analisar os números: seriam necessárias 109 Terras para cobrir o disco do sol e em seu interior caberiam 1,3 milhões de Terras.

Há mais de três décadas, cientistas do mundo todo acreditavam que o astro-rei se movia rapidamente pela galáxia, a ponto de gerar ondas de choques. Mas essa teoria caiu por terra com observações recentes feitas pela NASA, que provam que o sol se movimenta 11.250 quilômetros por hora a menos do que o imaginado.

A notícia é boa, mas frustra trabalhos de décadas de vários cientistas, que estudaram um fenômeno – agora se sabe – não existente.

Como se imaginava

O sol e seus planetas são envoltos por uma bolha de partículas carregadas e de campos magnéticos, conhecida como heliosfera. A fronteira dessa região, que se colide com poeira e gás interestelar, é intitulada de heliopausa, que marca o limite externo do sistema solar.

E por décadas, cientistas pensaram que o sol se movia rapidamente a ponto de gerar ondas de choque conforme se movimentava pela matéria interestelar, tal como em um jato supersônico.

Mas o sol é bem mais lento que o suposto, movimentando-se a 83.700 km/h. Por isso, não cria essas ondas de choque. Essa descoberta também influenciará pesquisas sobre raios cósmicos, pois muda alguns fatos conhecidos pelos cientistas.

“A descoberta é surpreendente e chocante, pois muito trabalho precisa ser refeito”, conta o astrônomo responsável pela observação, Dave McComas, do Instituto de Pesquisa Southwest, em San Antonio, Texas, Estados Unidos. “A comunidade científica se debruçou por décadas sobre algo que não existe”.

O estudo foi publicado na revista especializada Science. [LiveScience, UFRGS]

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