Um grupo de cientistas está argumentado que a Terra tem duas luas. Uma é aquela que você já conhece. A outra é um pequeno asteroide, não muito maior do que um carro Smart, orbitando em volta do planeta por um tempo, até que vá embora.
Os pesquisadores afirmam que há uma rocha espacial com pelo menos um metro de largura, orbitando a Terra. Não é sempre a mesma rocha, mas uma seleção de luas temporárias.
No modelo teórico dos cientistas, a gravidade do nosso planeta captura os asteroides quando estão passando por perto. Quando um é fisgado, ele geralmente dá três voltas irregulares – o que dura cerca de nove meses – até que volta para seu caminho próprio.
De acordo com o grupo, pouca atenção é dada para os satélites naturais terrestres, fora a lua. “Há muitos asteroides no sistema solar, então as chances da Terra capturar um a qualquer hora não é surpreendente”, afirma Jeremie Vauballion, membro do grupo e astrônomo do Observatório de Paris.
O grupo afirma que essa é a primeira tentativa de um modelo teórico para luas secundárias. Os resultados corroboram com observações de um asteroide “temporariamente capturado” em 2006, que orbitou a Terra por um ano. A rocha, chamada de 2006 RH120, tinha entre 3 e 6 metros de largura, e parecia orbitar a Terra a uma distância duas vezes maior do que a da lua.
2006 RH120 provavelmente foi descoberto por ser um pouco maior do que os outros exemplos. A maioria das luas extras tem apenas um metro.
“Objetos com esse tamanho são muito difíceis de serem detectados a uma distância de, digamos, algumas luas da Terra”, explica. “Quando se aproximam em sua órbita, estão se movendo rápido demais para serem detectados”.
Essas limitações significam que ainda não temos um modo de encontrar nossas luas secundárias. Mas um observatório chamado Grande Telescópio Sinóptico de Estudos (LSST), planejado para 2015, no Chile, pode mudar isso.
Também existe um projeto da NASA responsável por localizar objetos na vizinhança terrestre, mas o foco é em corpos perigosos, com mais de um quilometro de diâmetro.
Mas se nossas luas distantes e temporárias não ameaçam a Terra, faz alguma diferença que elas estejam lá?
De acordo com os astrônomos, sim. Alguns pesquisadores dizem que é possível pegar uma dessas luas para análise.
“Quando encontrado, esse asteroide vai imediatamente levantar a questão se devemos ou não ir lá, e eu estou pronto para apostar que os astrônomos vão dizer que sim!”, enfatiza Vauballion. “A razão é simples: porque os astrônomos não iriam querer um pedaço inteiro e intacto de rocha espacial? Meteoritos estão alterados porque passam pela atmosfera. O único pedaço de asteroide que temos veio da missão japonesa Hayabusa (e são poucas gramas). Os grãos de cometa que a missão Stardust trouxe estavam todos alterados”.
O cientista Clark Chapman afirma que podemos aprender muito com um satélite temporário. “Sem dúvida é verdade que satélites temporários seriam relativamente fáceis de serem capturados – não seria necessário nenhum foguete especial, e a viagem de ida e volta seria rápida”, comenta Chapman, que é especialista em impactos de asteroides.
“Nós realmente esperamos que uma missão espacial para um satélite natural da Terra um dia se materialize, e já começamos uma colaboração entre especialistas em mecânica de espaçonaves para definir como uma missão com essa função aconteceria”, finaliza Gravnik.[MSN]