Ícone do site HypeScience

Sentir a dor pelo outro é mais comum entre pessoas da mesma cor

Nosso cérebro tem um mecanismo de “solidariedade”. Quando vemos ou ouvimos alguém sentindo dor, é como se a sentíssemos também. Embora não exista dor física real, nossa reação e sofrimento é como se houvesse, por exemplo, se vemos alguém ralando o joelho ou quebrando um osso. Uma pesquisa na Itália formulou a tese de que essa “empatia da dor” é mais forte entre pessoas da mesma cor de pele.

Para chegar a essa conclusão, eles colocaram pessoas ranças e negras para assistir um filme em que pessoas apareciam sendo feridas. Entre os feridos no filme, também havia pessoas de ambas as raças, e a plateia teve a atividade cardíaca e nervosa medida durante o experimento. Resultado: os espectadores tinham alterações mais bruscas ao verem pessoas da mesma cor de pele sendo feridas.

E os médicos desconfiam que seja mesmo preconceito – e não apenas uma reação à cor – o que influi nesse efeito. Eles puseram na tela um dedo, pintado de roxo, sendo ferido, e ambos os grupos reagiram fortemente. Ou seja, não é que eles reajam mais intensamente à dor de sua raça, e sim, eles não se sensibilizam com o ferimento da outra.

Aspectos culturais à parte, eles acham que essa espécie de “preconceito biológico”, às vezes inconsciente, possa afetar a preocupação de um médico para um paciente. Se uma pessoa for atendida por um doutor da mesma cor de pele, sua dor será totalmente compreendida e sentida. Se forem de raças opostas, o médico, mesmo que não perceba, não sentirá a gravidade do problema com a mesma intensidade. É claro que você não deve deixar de ir ao médico se a cor de pele dele for diferente da sua, estamos no século XXI e a ética pode falar mais alto do que a biologia. [CNN]

Sair da versão mobile