Seus pais nunca vão aprovar seu namorado (ou marido)

Por , em 6.10.2013

Um novo estudo da Universidade Bristol (Reino Unido) e da Universidade de Groningen (Holanda) descobriu uma explicação para o fato dos pais nunca aprovarem os candidatos amorosos das filhas.

A razão para tanto estaria enraizada em um “conflito evolutivo sobre recursos”. Segundo os pesquisadores, os pais investem mais recursos em uma filha cujo parceiro não é ideal, o que eventualmente leva ao conflito. Como resultado, as filhas evoluem para explorar essa situação através da escolha de um parceiro que não é do melhor interesse para os pais.

Os cientistas chegaram a essa conclusão através da construção de um modelo de computador para simular a evolução do comportamento dos pais quando sua filha está à procura de um parceiro.

O modelo mostrou que os pais normalmente querem um genro que é mais provedor (com mais qualidades ideais para sustentar uma família) do que a sua filha geralmente escolhe. Enquanto os pais mostram uma preferência mais forte para atributos como classe social, origem familiar, etnia e nível educacional, as filhas mostram uma predileção por qualidades como atratividade física, cheiro, senso de humor e criatividade.

O conflito sobre a adequação do parceiro era susceptível de ser maior quando os pais controlavam os recursos, ao invés das mães.
“Estávamos ansiosos para observar esse senso comum [o desentendimento sobre o parceiro] a partir de um ponto de vista evolutivo, pois seria de esperar que pais e filhas preferissem exatamente a mesma coisa. Mas percebemos que este não é o caso. O conflito sobre os recursos dos pais é fundamental para compreender porque pais e filhas entram em desacordo na escolha do companheiro”, explica Dr. Tim Fawcett, pesquisador da Universidade de Bristol.

Segundo ele, os pais estão igualmente relacionados com todos os seus filhos, enquanto que esses valorizam-se mais do que seus irmãos, de modo que cada criança quer ter mais do que sua parte justa dos recursos dos pais.

Ou seja, no cenário do que o genro não vai ajudar tanto a filha, os pais têm de investir mais recursos nela. A filha, sabendo que seus pais irão ajudá-la, subconscientemente se aproveita disso escolhendo um parceiro que não é considerado ideal por eles. [Telegraph, ToI]

2 comentários

  • neutrino:

    O mundo mudou muito e existem alguns indicadores que podem nortear a ação dos pais nesse sentido.

    Todos os níveis de relacionamentos atualmente estão muito superficiais e com o casamento não é diferente.

    Mas se a filha ou filho for bastante “mimado” é ótimo os pais darem liberdade para que eles conheçam o mundo e um distanciamento pode fazer muito bem, até para os próprios pais.

  • Aniano Tamele:

    Isto comça a partir da altura em que as famílias deixaram de ser elas a escolher o noivo para a filha ou vice-versa. Na verdade, todos os pais pretendem o melhor para os seus filhos, daí que se sintam “incomomodados” com a ideia de ter investido para a educação, formação de uma filha que vai se entregar a uma pessoa que só a fará regredir, pelo menos a nível da construção de uma economia familiar equilibrada e sólida.

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