Nós já chegamos até a lua, mas se vamos começar a explorar o resto do nosso universo, precisamos melhorar nossas naves espaciais. Com isso em mente, a Agência Espacial Norte Americana (NASA) acaba de conceder um contrato de US$ 67 milhões para desenvolver um novo sistema de propulsão elétrica que poderia eventualmente nos levar muito mais além no espaço.
Segundo explica o site Science Alert, em essência, no projeto a eletricidade é usada no lugar de um propulsor químico para mover a sonda espacial. Está programado para que a tecnologia seja utilizada nas próximas missões Asteroid Redirect, que visam explorar as formas que poderíamos desviar um asteroide que vem em direção à Terra, e também em uma viagem tripulada a Marte, marcada para cerca de 2030.
Da mesma maneira que estamos vendo os carros começarem a fazer a troca para energia elétrica, agora nossas naves espaciais estão indo na mesma direção. Painéis solares seriam usados para gerar uma carga elétrica (obviamente, tempo nublado e a cobertura das nuvens não são problemas no espaço) e o propulsor de bordo vai ser ionizado utilizando a eletricidade colhida. Esses íons positivamente carregados, criados ao aprisionar os elétrons em um campo magnético, então são acelerados para fora do nave para fornecer empuxo.
Melhorando técnicas existentes
A propulsão elétrica não é exatamente nova – a NASA diz estar trabalhando nisso há mais de 50 anos -, mas como acontece com qualquer tecnologia, ela precisa ter seu custo reduzido, ser segura e estável antes de poder ser usada em uma missão. Ao atribuir o novo contrato de três anos para Aerojet Rocketdyne, a NASA espera acelerar esse processo.
“O trabalho realizado no âmbito deste contrato pode potencialmente aumentar a eficiência do combustível de voos espaciais de transporte em 10 vezes em comparação à tecnologia de propulsão química atual e mais do que duplicar a capacidade de empuxo em relação a sistemas de propulsão elétrica atuais”, afirmou a NASA em comunicado.
Quando começamos a falar de viagens espaciais de longa distância (a viagem a Marte poderia levar oito meses aproximadamente), a eficiência do combustível se torna muito importante. Ser capaz de viajar longas distâncias com menos combustível é crucial se queremos chegar mais longe no espaço profundo.
A empresa Aerojet Rocketdyne usará um projeto de referência desenvolvido pela NASA para produzir uma unidade de propulsão, um processador de potência, um controlador de fluxo de xênon de baixa pressão e circuitos elétricos. O xênon é comumente utilizado como um propulsor em sistemas de propulsão iônica, devido à relativa facilidade com que pode ser ionizado.
Tecnologia espacial
“Através desse contrato, a NASA desenvolverá sistemas de propulsão elétrica avançados para aplicações iniciais em voos espaciais, o que irá abrir o caminho para uma avançada missão de demonstração de propulsão elétrica solar até o final da década”, afirmou o administrador associado da NASA, Stephen Jurczyk.
“O desenvolvimento desta tecnologia vai avançar a nossa capacidade futura de transporte espacial para uma variedade de missões espaciais de exploração humanas e robóticas, bem como missões espaciais comerciais privadas”.
A sonda da Missão Dawn da NASA também usa propulsão solar elétrica, mas como relata o jornal “International Business Times”, espera-se que os propulsores que estão sendo desenvolvidos pela Aerojet sejam aproximadamente cinco vezes mais poderosos. [Science Alert]