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Sondas gêmeas vão estudar a gravidade da lua

A lua tem dado muito que falar desde que Galileu apontou seu telescópio para ela. Muitas sondas já circularam e pousaram em sua superfície. Doze astronautas americanos já andaram nela e rochas lunares já foram transportadas para cá.

Mas apesar de ser bem estudada, nossa vizinha mais próximo da Terra continua sendo um enigma.

Durante essa semana que antecede o Ano Novo, um par de naves do tamanho de máquinas de lavar entrou em órbita em mais uma missão lunar. O trabalho será medir a estranha gravidade do núcleo e determinar o que está por baixo da superfície – no coração lunar.

Desde seu lançamento em setembro, as gêmeas Grail têm viajado independentes, atingindo o alvo com 24 horas de diferença. Até agora, suas trajetórias estão perfeitas.

“Ambas as naves tiveram uma performance boa desde o lançamento, mas nunca podemos largar mão nesse negócio”, afirma a cientista chefe da missão, Maria Zuber.

A parte de roer unhas ainda está por vir. No Ano Novo, uma das sondas Gail – sigla para Recuperação de Gravidade e Laboratório Interior – vai diminuir a velocidade até ser capturada pela órbita. O movimento será repetido pela outra, no dia seguinte.

Os engenheiros afirmam que as chances das naves errarem o alvo são pequenas, já que as trajetórias estão correndo bem desde o início. O que pode acontecer é um raio cósmico atingi-las, e daí elas errarem a órbita.

Uma vez em órbita, as naves vão ficar dois meses voando em formação, até que chegarão a 55 quilômetros da superfície, com uma separação de 200 quilômetros. A coleta de dados só vai começar em março.

Missões anteriores tentaram medir a gravidade lunar, com níveis de sucesso distintos. Grail é a primeira dedicada a isso.

Conforme as sondas circundam a lua, mudanças no campo gravitacional podem causar alterações na velocidade. Consequentemente, isso vai modificar a distância entre elas. Sinais de rádio vão calcular essas mudanças, permitindo que os pesquisadores mapeiem o campo.

Com as informações da gravidade, os cientistas podem deduzir o que há por baixo e na superfície lunar, como montanhas e crateras, ajudando a entender, por exemplo, porque o lado mais distante de nós é mais acidentado.

Além dos instrumentos, cada nave carrega uma câmera com propósitos educacionais. Ideia da empresa fundada por Sally Ride, a primeira mulher americana no espaço, estudantes de ensino médio de escolas participantes podem escolher o que filmar durante a missão.

Uma viagem para a lua é geralmente rápida. Os astronautas da Apollo levaram três dias para chegar lá. Mas como Grail foi lançada de um foguete relativamente pequeno, para diminuir os gastos, a jornada vai levar três meses e meio.

Os cientistas esperam que a missão ofereça muita informação nova sobre a lua, mas não esperam que novos astronautas sejam enviados para lá. [MSN]

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