Astrônomos confirmaram o peso da estrela mais massiva da nossa galáxia.
Esse monstro, que se estima ter 116 vezes a massa do sol, tornou nanicas até as maiores estrelas conhecidas da nossa galáxia. Isso é verdade até mesmo para a segunda estrela mais massiva, que possui cerca de 89 massas solares.
A próxima estrela mais massiva pesa 83 massas solares. Mas a teoria diz que estrelas podem chegar a ter 150 vezes o peso do nosso sol.
Apenas no ano passado foram descobertas as estrelas recordistas, mas as medidas são apenas aproximadas e as estrelas podem ser consideravelmente mais pesadas ou mais leves.
“É rara uma estrela que tenha mais de cem vezes material do que o sol”, disse o pesquisador Anthony F. J. Moffat, da Universidade de Montreal, que utilizou o Very Large Telescope do European Southern Observatory, no Chile, e imagens infravermelhas do Hubble Space Telescope para refinar as estimativas das massas solares colossais.
Ao medir como as estrelas orbitam entre si os pesquisadores puderam calcular as massas das mesmas; apesar do nível de incerteza ser relativamente alto (a maior mede 116 massas solares com uma margem de erro de 30 massas solares para mais ou menos), e a menor pesa 89 massas solares (com uma margem de erro de 15). Os astrônomos esperam refinar mais estes cálculos em observações futuras.
O binário peso-pesado, chamado A1, está próximo ao grupo estrelar NGC 3603, que fica no braço espiralado da nossa galáxia conhecido como constelação Carina, a cerca de 20 mil anos-luz de distância de nós.
As estrelas A1 são da categoria “Wolf-Rayet”: muito quentes, pesadas e evoluídas que parecem estar perdendo grande parte da sua massa em ventos estrelares, similares aos do nosso sol, porém mais fortes. Estas estrelas são tão grandes e luminosas que a pressão da sua radiação para fora é maior do que o seu puxão gravitacional, portando o seu material é constantemente soprado para o espaço.
Estas estrelas podem perder uma porção significativa de suas massas (10% em total) neste processo durante suas vidas. Quanto maior é a estrela, menor é seu tempo de vida, pois tende a se consumir mais rapidamente. Estas estrelas homéricas tendem a viver apenas 2 ou 3 milhões de anos antes de explodirem como supernovas.
Agora que os astrônomos descobriram que as estrelas A1 são da classe Wolf-Rayet, isso pode ajudá-los a fazer descobertas similares.
“Nós estamos descobrindo algo novo; que as estrelas mais massivas provavelmente são assim”, disse Anthony. “Esta é uma nova revelação, eu penso. Nós devemos procurar estrelas Wolf-Rayet como estas.”
É importante confirmar a massa destes gigantes porque teorias de formação estrelar prevêem a existência de estrelas extremamente massivas pesando até 150 vezes a massa de nosso sol. Além destas duas, no entanto, nenhuma outra estrela encontrada chegou perto destas grandezas.
As descobertas foram detalhadas na edição de setembro de 2008 da revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. [LiveScience]