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Tecnologia e negócios em 2012

A não ser que você esteja seguindo o calendário maia e espere o apocalipse para 2012, esse novo ano promete muita coisa.

2011 foi um ano turbulento para a tecnologia e os negócios. E o horizonte desse ano já começa a ser vislumbrado. Veja o que seis especialistas têm a dizer sobre isso:

Tom Standage – Editor digital, The Economist

A tendência número um será o uso de redes sociais nos negócios. Penso que isso será muito significante, porque há muitas razões para as empresas quererem isso.

Elas caminharam devagar até agora devido à percepção de que usar as redes sociais é perda de tempo, o que você pode chamar de “socializar sem trabalhar”.

E na realidade o oposto é verdadeiro. Penso que os programas de empresas vão parecer o Facebook. Nós já vemos esse processo com algumas empresas adotando sistemas como o Chatter, Salesforce, Yammer e Jive – existem muitos deles.

A outra coisa é que as pessoas entrando no mercado, nesse momento, estão acostumadas com as mídias sociais, então se o software da empresa parece o Facebook, elas estão em casa.

Outra coisa para se tomar nota é que o Google talvez perca controle do Android. Isso porque o mercado dos tablets será dividido entre a Amazon e a Apple. É muito difícil alguém conseguir ficar no meio.

A Amazon pode subsidiar o custo dos tablets com a venda de conteúdos e outras coisas. Acho muito possível que ela domine o mercado mais baixo, enquanto a Apple domine o alto, porque tem escala, poder de processamento e imagem e o poder de preço de uma marca muito forte.

A terceira coisa é o que vai acontecer com a Research in Motion (RIM), por trás do BlackBerry. Acredito que alguém vai comprá-la. A questão é se ela será inteiramente comprada, na forma atual.

A RIM poderia se dividir entre sua linha de hardwares e a de serviços, e começar a oferecer serviços de aplicativos para o Blackberry. Eu ficaria muito surpreso se ela continuasse da mesma forma no próximo ano.

Uma das minhas previsões do ano passado, que eu gostaria de dizer novamente, é dos pagamentos wireless. Eu esperava que o iPhone viesse nesse ano com um chip NFC (Near Filed Communication), para realizar operações de pagamento sem fio. Não aconteceu. Ainda estou convencido de que vai ocorrer, nesse ano.

Elissa Fink – Tableau Software

Primeiro, a quantidade de informação está ficando maior e gerando impacto não apenas nas organizações de tecnologia e naqueles que trabalham com isso, mas também nos que trabalham com conhecimento, os gerentes e os líderes de negócios, que têm muita informação para enfrentar e tomar boas decisões.

Depois, os softwares estão ficando mais consumíveis. Mais fáceis de usar, rápidos, exigindo muito menos treino do que antes.

A próxima tendência é mobilidade. Portabilidade está virando moda nos negócios. Organizações estão adotando tablets e particularmente o iPad em níveis muito rápidos, e as pessoas querem acessar a informação em qualquer lugar, mesmo que seja apenas em uma reunião do outro lado do corredor.

Eu diria que esses são os três maiores nichos do futuro, sem ordem particular.

William Dudley – Diretor de serviços de operações, Sybase 365

Acho que vamos ter muita mídia – não da Apple, mas sobre a Apple. Minha previsão é que uma das coisas que o iPhone 5 fará é adotar a NFC. Esse será apenas o começo de um novo processo de pagamento de contas. Mas a NFC não faz nada se os mercados não forem receptivos a tecnologia. A Google deve continuar a acelerar seu sistema de pagamentos com sistema móveis.

A próxima tendência gira provavelmente em torno dos aparelhos. Penso que o Windows Phone não vai morrer de forma lenta, mas continuar na mesma.

Penso que a RIM ainda não acabou. O Blackberry é popular no mundo inteiro e em alguns mercados, como no Oriente Médio e no Reino Unido, onde são muito populares. E com certeza estão muito bem aplicados nas empresas.

A RIM tem algumas capacidades e características que a Apple, Android e até os Windows Phones não têm. Então não iria tirá-la do jogo ainda.

Ben Holmes – Index Ventures

Há muita cobertura sobre as impressões 3D. Quando investimos no ano passado em uma companhia de impressões 3D, isso ainda era ficção científica, mas está mudando rapidamente para um fato científico.

Penso que é um conceito muito poderoso, a ideia dos consumidores poderem escolher e fabricar produtos e dispositivos por conta própria.

Acho que estamos no ponto onde os custos estão caindo rapidamente, tornando as compras mais fáceis. Há dois anos, o sistema era usado por praticantes de arquitetura e pela Fórmula Um para desenhar e fabricar protótipos dos motores.

Acredito que o smartphone está virando um tipo de controle remoto para o mundo a sua volta. Você já pode pedir sua comida com o dispositivo, chamar um taxi, procurar shows, e controlar o aquecimento da sua casa.

E então há os jogos portáteis. Os jogos do Facebook são massivos – mas os portáteis ainda são pequenos. Penso que muitos dos jogos que estão indo bem no iOS e Android são imitações cruas do que acontece no Facebook. Poucas companhias pensaram bem a respeito dos tipos de jogos que podem ser desenvolvidos para esses sistemas.

Neil Campbell – Diretor de segurança, Dimension Data

Eu penso que 2011 foi o ano da preocupação quanto a ameaças avançadas persistentes (grupos organizados ou governos que cometem ataques cibernéticos), e é triste pensar que 2012 será o ano em que essas ameaças vão continuar em um passo incrível pela internet.

E digo isso porque elas são relativamente básicas na execução, estão tomando vantagem de pontos vulneráveis simples, e produzem muitos vazamentos de informações – que podem ser usados para inúmeras razões, de espionagem até fraude e chantagem.

O que poderia parar as vulnerabilidades é segurança básica verdadeira. Temos falado disso por anos. Quando você pensa em proteger sua rede, a tendência é que seja relativamente fácil para garantir a segurança básica.

As necessidades de segurança da cloud [computação em nuvem] estão abaixo das capacidades do provedor do sistema. Na corrida que existe hoje, existem muitas situações em que as duas não combinam.

“Traga seu próprio sistema” (BYOD) – que é a moda em que as pessoas compram seus próprios sistemas – só deve aumentar conforme cada geração fica mais entendida de computação.

Se você ignora isso, as pessoas encontram formas de trazer seus sistemas favoritos para o trabalho. Isso inclui coisas como fabricar seus próprios pontos de acesso wireless ou abrir uma brecha no firewall e acessar o e-mail.

As pessoas podem ser muito criativas quando se trata de usar a tecnologia que amam da forma que querem usar.

Steven Prentice – Analista, Gartner

Uma tendência é o aumento no uso de serviços móveis, pessoas usando seus próprios sistemas, redes sociais, ferramentas colaboracionistas, o crescimento do software como serviço – unidades de negócios estão comprando serviços ao invés de ir ao departamento de sua empresa para conseguir sistemas.

É um tempo desafiador e os líderes de tecnologia e informação precisam ser proativos e modificar suas atitudes. Penso que o que vai atingir a maioria das organizações é a grande explosão de informação.

Isso é guiado pela internet, pela proliferação de sistemas conectados produzindo uma montanha de dados. Os portáteis têm se transformado ou vão se transformar na forma dominante de acesso à internet.

Eu não penso que alguém vá sugerir que o social desaparecerá, mas talvez ele fique um pouco mais realístico. [BBC]

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