O vencedor do Nobel, Ernest Rutherford, afirmou que “toda ciência é física ou coleção de figurinhas”. (Ironicamente, ele ganhou o prêmio em química, e não física). Os físicos talvez não sejam os caras mais modestos do mundo, mas se tem uma coisa em que eles se destacam é no campo dos nomes para teorias. Aqui estão alguns dos melhores – e seus significados. E se você souber de mais alguma, compartilhe!
Teorias engraçadas da física
Imagine uma superfície com condensação, como uma garrafa d’água. No começo, o fenômeno se resume a gotas. Mas se você esquecer a garrafa por um tempo, sem tocá-la, vai notar que aquelas pequenas formas vão ficando maiores. Isso é o fenômeno do Amadurecimento de Ostwald.
A premissa básica é que as gotas maiores são “energeticamente mais favorecidas” do que as menores. Isso porque as partículas na superfície são menos estáveis do que as no meio, e as gotas menores têm maior proporção de moléculas na superfície do que as menores. Para ficarem mais estáveis, as menores acabam se juntando, tornando-se maiores. Então, se observar bem, você consegue ver as pequenas virando grandes.
Mesmo que você nunca tenha observado o fenômeno por tempo suficiente, já o deve ter presenciado no sorvete esquecido no congelador. Aqueles cristais duros, que eram pequenos e eventualmente ficaram grandes, são o exemplo desse fenômeno.
No campo da mecânica dos fluidos, os físicos analisam o andamento e as formas dos líquidos pelo espaço. Uma das mais fantásticas formas já observadas é o conjunto de redemoinhos que objetos como barcos deixam para trás, no mar. Conforme o barco se move, ele divide a água em dois. E quando ela se reúne novamente, cria um padrão de vórtices conhecido como Estrada de Vórtices Von Karman.
O fenômeno é importante em várias questões. Prédios altos, chaminés e periscópios de submarinos, por exemplo, têm que lidar com o fenômeno. Conforme essa força chega, as estruturas vibram fortemente.
E não são apenas objetos grandes que tem de lidar com isso. O bater de asas dos insetos também cria pequenos redemoinhos no ar. Mas ao invés de sofrer as consequências, os pequenos animais viram suas asas um pouco antes da subida, acompanhado o movimento do ar.
Quer mandar mensagens para o passado? Sem problemas, apenas pegue seu anti-telefone taquiônico. A ideia de falar com o passado – usando a física, pelo menos – começou em 1907, quando Albert Einstein pensou na ideia de enviar sinais mais rápidos do que a luz.
Mas ele não deu esse estranho nome para a teoria; foi Gregory Benford quem cunhou o termo, em 1970.
Exemplificando: suponha que Alice e Roberto façam o seguinte acordo: ela vai enviá-lo uma mensagem às três da tarde se, e apenas se, ela não receber uma dele a 1h. Ao receber a mensagem de Alice às duas horas, Roberto imediatamente manda uma mensagem ao passado, para chegar a uma. Mas a segunda troca de falas só vai ocorrer se a primeira não acontecer.
Essa ideia exige algo chamado de “partículas taquiônicas” – que não existem nem em teoria, quem dirá no mundo real.
Você já tentou pentear um coco? Qualquer físico diria para você não fazer isso.
Se você tem uma bola com pelos do mesmo tamanho, é impossível que eles fiquem bem colocados na superfície do objeto. Pense em uma cabeça. Se você tenta pentear tudo bonitinho vai acabar com uma parte “lambida” e outra com uma marca, onde você começou a puxar os cabelos.
Isso tem implicações em várias coisas, dos ciclones à computação gráfica. Engenheiros de nanotecnologia usaram esse teorema para criar pequenas bolas com pelos dourados que conseguem grudar umas nas outras. E porque o vento não deixa de ser um monte de cabelos voando pelo planeta, sempre vai existir um local onde ele não sopra – o começo do penteado.
Esse se refere a um teorema que é, literalmente, enorme. Conhecido como o grupo dos simples finitos, o teorema enorme exigiu mais de 100 matemáticos, centenas de publicações e 15 mil páginas para ser comprovado, tornando-o a maior prova matemática de todos os tempos.
O que esses especialistas estudaram é que todo grupo de números simples finitos pertence a uma dessas quatro categorias: cíclica, alternada, grupo simples do tipo mentira, ou esporádica.
A pesquisa desse teorema começou em 1832, e não foi completada até 2004. Há, provavelmente, poucos matemáticos no mundo que o compreendem por completo. E para falar a verdade, nem os especialistas sabem direito o que estão ganhando com essa conclusão. Mas para um recorde mundial, até que estão indo bem. [LifeLittleMysteries]