A psicóloga Jessamy Hibberd, de Londres, Inglaterra, criticou a popular tendência de fazer fotografias de si mesmo (chamadas de “selfies”, em inglês), considerando-a prejudicial aos jovens que postam as imagens buscando aprovação e atenção.
A tendência é popular entre celebridades como Rihanna, Justin Bieber e Helen Flanagan, o que influencia muitos jovens, que compartilham todos os aspectos de suas vidas como forma de obtenção de grandes audiências online. No entanto, Jessamy Hibberd alertou que a tendência deixa esses jovens vulneráveis a abusos.
Segundo ela, a abundância dessas imagens em sites de mídia social podem levar a cyber-bullying e problemas com a autoconfiança. A maioria dos adolescentes postam suas fotos em busca de segurança e elogios, mas se tornam vulneráveis a comentários e abuso negativos. É tudo uma questão de comparação – os jovens usam as mídias sociais para medir sua popularidade, basicamente.
Se um adolescente envia uma imagem e não recebe “curtidas”, ou se é seu aniversário e ele não recebe um certo número de mensagens, outros podem perceber isso como um motivo de vergonha. O fato é interpretado como uma indicação de impopularidade.
Redes sociais têm sido alvo de mais análises após o suicídio de Hannah Smith, 14 anos, que supostamente sofreu bullying no site de rede social Ask.fm. A Dr. Hibberd acrescentou: “A comparação de si com os outros acontece no dia-a-dia da vida normal, mas o problema foi agravado por sites como o Facebook”.
No mundo online, as pessoas tendem evidentemente a mostrar o seu melhor lado, o que elas querem que as pessoas vejam e saibam sobre elas – “versões editadas” conscientemente de si mesmas, que nunca mostram o quão frágeis os indivíduos realmente são.
“Eu tenho trabalhado com jovens perturbados por problemas de confiança. As pessoas que postam suas vidas online precisam ter certeza de que são fortes o suficiente para lidar com as reações que podem se suceder”, diz a psicóloga. “Buscar a aprovação desta maneira pode ser prejudicial para a confiança dos jovens. Pode deformar sua percepção de si mesmos mais tarde na vida”.
Os especialistas têm identificado transtornos não apenas psicológicos, mas alimentares, associados a propagação de esterótipos de “físico ideal” em redes sociais. As crianças estão desenvolvendo uma autoconsciência inadequada e precoce, o que é motivo de grande preocupação. “Os jovens não deveriam ter que buscar a aprovação dos outros, mas sim celebrar quem são por dentro”, afirma Jessamy. [sciencetech]