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Tráfico de drogas ameaça biodiversidade e populações indígenas na Colômbia

Um relatório recente da ONU afirmou que o comércio de drogas e os conflitos internos na Colômbia estão causando grandes estragos na população de indígenas e ameaçando a integridade das florestas do país.

Dos 84 grupos indígenas diferentes da Colômbia, mais de 40% estão em risco de extinção por causa das pressões antigas do conflito armado interno do país, que é em parte alimentado pelo comércio de cocaína.

Não apenas os traficantes, mas até mesmo as medidas do governo colombiano para erradicar a cocaína são criticadas por alguns setores porque causam danos colaterais ao meio ambiente e às populações indígenas e rurais.

Em agosto, o jornal The Guardian, de Londres, publicou uma carta aberta ao presidente recém-eleito da Colômbia Juan Manuel Santos. A carta vinha de cerca de 50 professores universitários, muitos deles de universidades colombianas, e protestava contra a fumigação de cultivos de cocaína.

Na carta, os professores alegaram que a polícia antinarcóticos da Colômbia estabeleceu uma base no início deste ano na região do Cauca, ao longo da costa do Pacífico. A base está sendo utilizada para conduzir as operações de fumigação.

Segundo a carta, o impacto da pulverização generalizada sobre as comunidades locais tem sido devastador. Os aviões da polícia não alvejam somente as plantações ilegais de cocaína, mas toda a vegetação, incluindo alimentos básicos dos quais as populações locais dependem. A região de Cauca é um dos vários locais do mundo identificados como espaço de diversidade biológica.

Não é somente essa região que essa está sendo prejudicada pelo confronto da polícia e pelos traficantes. A tribo Tule, do noroeste da Colômbia, também é considerada excepcionalmente ameaçada. Hoje, eles têm apenas 1.200 membros, que foi o que restou das invasões do narcotráfico. Nos últimos meses, grupos armados tinham invadido as terras tradicionais da tribo, matando e aterrorizando moradores, e recrutando jovens a força para servir seus propósitos.

Os líderes da tribo, um povo antigo que tem como valor proteger o meio ambiente, temem que se forem expulsos de suas terras, a floresta que eles têm habitado por gerações seja arruinada pelo desenvolvimento.

Tais situações estão ficando mais comuns na Colômbia. O relatório da ONU serve como um alerta para todo o mundo sobre as complicações do tráfico de drogas, que tem virado uma organização internacional e deve ser alvo da atenção de todos os países. [NewYorkTimes]

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