Engenheiros desenvolveram um método único, de baixo custo, para fabricar um polímero com propriedades extraordinárias: quando observado de determinado ângulo, o polímero fica com as cores do arco-íris.
Usado como filtro de luz, esse material pode formar a base de um sistema manual para identificar a “cor verdadeira” de objetos analisados.
“Esse tipo de tecnologia portátil teria implicações em uma grande variedade de campos, desde casas comuns, para pintar coisas, até na biomedicina, analisando cores em imagens médicas para detectar doenças”, afirma um dos pesquisadores do estudo, Alexander N. Cartwright.
Qiaoqiang Gan, também membro da equipe do estudo, comenta que a facilidade de produção desse polímero tornaria fácil o desenvolvimento, por exemplo, de pequenos sistemas conectados a celulares que produzissem imagens multicoloridas.
“Nosso método é muito barato, e por isso pode ter aplicações para celulares, e sentimos que existe um grande mercado em desenvolvimento de imagens clínicas”, comenta.
Como as cores do arco-íris são produzidas como resultado da geometria da superfície do filtro, e não por algum tipo de pigmento, elas não diminuem com o tempo (é o mesmo princípio que dá cor para as asas das borboletas e as penas dos pavões).
Para criar o material colorido, os pesquisadores fizeram um “sanduíche” da pasta do pré-polímero fotosensitivo entre dois vidros (uma substância fotosensitiva tem propriedades físicas que mudam de acordo com a exposição à luz).
Depois disso, eles direcionam um laser através de uma lente curva, acima da solução do pré-polímero. A lente divide o laser em luz de comprimentos sempre diferentes.
Conforme a luz acerta a solução, monômeros começam a se unir formando polímeros e uma estrutura rígida. Sulcos grandes aparecem onde a luz bateu com mais intensidade.
A estrutura resultante é um fino filtro com as cores do arco-íris, se observada na luz branca. Isso porque as camadas do polímero refletem um espectro contínuo de cores.
A fabricação de etapa única – um laser através de uma lente curvada – é barata e relativamente simples.
O filtro criado pelos pesquisadores tem cerca de 25 milímetros de comprimento, mas a técnica usada permite muito: é possível criar filtros de diferentes tamanhos.
O próximo passo para os pesquisadores é melhorar a qualidade do filtro arco-íris. A equipe também está começando a explorar ideias para incorporar a tecnologia em sistemas de mão. [ScienceDaily]