Coletes de segurança à prova de balas são geralmente feitos com placas cerâmicas ou metálicas grossas. Apesar de úteis, eles funcionam de uma maneira bastante rústica, basicamente como as armaduras de ferro usadas por cavaleiros medievais: são rígidos o suficiente para que uma bala ou outra arma não penetre seu usuário, e sim seja desviada.
O problema com esse colete é que ele nem sempre é confortável, e pode ser deformado ou até mesmo falhar. Por isso, há anos pesquisadores estudam outras formas de se criar materiais de segurança, que funcionem de maneira mais eficiente.
Agora, cientistas da Universidade Rice (EUA) e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (na sigla em inglês, MIT, também nos EUA) descobriram uma tecnologia que poderia parar uma bala de 9 mm, selando sua entrada, um avanço que pode ter enormes implicações para a proteção balística.
O objetivo da equipe era procurar materiais “mais impermeáveis à deformação ou fracasso”. O resultado final seria um colete melhor, mais forte e mais leve para soldados e policiais, além de melhor proteção para materiais sensíveis sujeitos a objetos em movimento rápido, como aviões, trajes espaciais e satélites.
Os pesquisadores analisaram um material de poliuretano complexo que, em testes de laboratório, foi capaz de parar uma bala de 9 mm. Quando penetrado por um pequeno projétil a uma velocidade elevada, não só o material fundido parou o objeto como selou o buraco que ele havia feito. “Não há lesões macroscópicas, o que significa que o material não falhou, nem rachou”, disse o pesquisador Ned Thomas.
As camadas de um nanômetro de espessura do material mostraram que ele tem a capacidade de se deformar sem quebrar. Essencialmente, qualquer coisa disparada ao material não resultaria em nenhum estilhaço, o que significa que, se for implementado no vidro, por exemplo, o impacto de balas não o quebrariam ou rachariam, mas sim derreteriam em torno da bala causando apenas ligeira deformação do vidro.
“[As camadas] contam a história da evolução da penetração do projétil e nos ajudam a compreender quais os mecanismos que, em nanoescala, podem ocorrer para termos tal material de proteção leve e de alto desempenho”, explica.
Ao estudar múltiplos impactos, a equipe descobriu que o material é 30% mais resistente a impactos e colisões frontais do que laterais, o que poderia mudar a forma como os materiais de proteção atuais são feitos.
A pesquisa e os experimentos com o novo material ainda estão nos estágios iniciais, então não há previsão para um produto chegar ao mercado.[GizMag, SlashGear, ABCNews, HSW/UOL]