Em um evento incomum ocorrido em Anchorage, no Alasca, uma mulher apoderou-se de um cartão de memória pertencente a um homem com quem ela havia saído. Este ato inesperado acabou por ser crucial na prisão de Brian Steven Smith, de 52 anos, por um crime de assassinato. Surpreendentemente, o cartão continha imagens e vídeos perturbadores nos quais ele aparecia cometendo homicídios contra outras mulheres. Após uma semana de reflexão e angústia, a mulher decidiu entregar o cartão às autoridades.
Os registros no cartão incluíam uma voz que dizia: “Nos meus filmes, todos sempre morrem. O que meus seguidores vão pensar de mim? As pessoas precisam saber quando estão sendo vítimas de um serial killer.” Cerca de uma semana após o roubo do cartão, a mulher entregou-o à polícia. Os oficiais reconheceram a voz como sendo de Brian Steven Smith, um homem de 52 anos, natural da África do Sul, com quem já tinham se deparado em investigações anteriores, conforme relatado em documentos judiciais.
Smith negou todas as 14 acusações feitas contra ele, que incluíam homicídio em primeiro e segundo grau, assédio sexual e manipulação de provas. Essas acusações estavam relacionadas às mortes de Kathleen Henry, de 30 anos, e Veronica Abouchuk, que tinha 52 anos quando sua família relatou seu desaparecimento em fevereiro de 2019, sete meses após ela ter sido vista pela última vez.
A defesa de Smith tentou invalidar as provas contidas no cartão, sugerindo que a mulher que o subtraiu poderia tê-lo alterado. No entanto, a possibilidade de uma pessoa comum fabricar vídeos tão detalhados de mulheres desaparecidas e assassinadas parece improvável. Além disso, Smith acabou confessando os assassinatos durante um interrogatório policial.
Esta história, além de chocante, levanta várias questões sobre a natureza humana e os perigos ocultos nas interações cotidianas. O fato de uma mulher, após um encontro casual, encontrar-se de repente envolvida em uma investigação de homicídio múltiplo é algo que parece saído de um roteiro de cinema, mas é uma realidade dura e assustadora.
O caso de Brian Steven Smith não é apenas um relato de crimes hediondos, mas também um exemplo da importância da vigilância e da coragem cívica. A decisão da mulher de entregar o cartão de memória às autoridades, apesar do medo e da incerteza, foi um ato de bravura que ajudou a resolver casos de assassinato que poderiam, de outra forma, permanecer sem solução.
Além disso, este incidente destaca a complexidade das investigações criminais na era digital. A presença de provas digitais, como vídeos e fotografias, introduz novas camadas de análise e interpretação em casos criminais. Ao mesmo tempo, levanta questões sobre privacidade, segurança de dados e a ética na obtenção e no uso de tais provas.
Por fim, o desdobramento desse caso em Anchorage, no Alasca, serve como um lembrete sombrio de que, por trás de rostos aparentemente normais, podem se esconder realidades profundamente perturbadoras. A vigilância, a consciência social e a disposição para agir podem, em muitos casos, ser a linha tênue que separa a justiça da impunidade. [Boing Boing]