A ciência ainda está se esforçando para propagar a ideia de que as bactérias são mais do que causadoras de doenças. Várias pesquisas recentes e algumas mais antigas estão explorando as influências biológicas e até psicológicas, positivas, que os microorganismos exercem. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA) defendem a ideia de que o umbigo é a mais rica colônia de bactérias do corpo humano, e a mais acessível por estar na pele. Para provar, criou o “Belly Button Biodiversity Project” (Projeto da Biodiversidade do Umbigo).
Liderados pelo biólogo Jiri Huclr, os cientistas explicam que o umbigo é um perfeito objeto de estudo porque as pessoas, em geral, tocam menos e esfregam menos esta parte do corpo durante o banho. Assim, podem-se encontrar colônias bacterianas mais “conservadas” no local.
Um escritor da New Scientist, Peter Aldhous, se submeteu como voluntário a participar do projeto. Ele teve seu umbigo microbiologicamente analisado, em comparação com outro cientista, Carl Zimmer. No total, mais de 300 voluntários passaram pelo mesmo teste. A amostra de Aldhous indicou que há mais colônias de bactérias em seu umbigo do que no de Zimmer, o que não significa que ele seja mais sujo.
A explicação é que a “densidade demográfica” das bactérias no umbigo é medida pelo número de colônias, e não pelo tamanho destas. Como existe competição por nutrientes entre as bactérias, é mais vantajoso para elas ficar em pequenos grupos espalhados do que em grupos grandes em um único ponto.
O objetivo final do projeto é revelar o DNA dos microorganismos viventes no corpo – a partir das amostras do umbigo -, montando um banco de dados que permita concluir características e funções das bactérias a ciência ainda desconhece. [Reuters]