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Vacas transgênicas produzem “leite humano”: é saudável?

A China anunciou recentemente que pesquisadores locais modificaram geneticamente um rebanho de 300 bovinos para produzir leite que se assemelha ao leite materno humano.

Os cientistas inseriram um gene humano nas vacas e as glândulas mamárias dos animais começaram a produzir leite com grande quantidade de lisozima, uma proteína abundante no leite humano, mas não na variedade bovina.

Além de dar ao leite modificado um sabor forte e doce (igual ao que você experimentou nos primeiros anos de vida), a introdução de lisozima deixa o leite muito mais saudável e nutritivo, afirma Ning Li, da Universidade Agrícola da China, que conduziu a investigação.

Com o principal objetivo de acabar com a desnutrição infantil, Li e seus colegas esperam levar o leite modificado para a fase de testes para que faça sua estreia no mercado chinês dentro dos próximos três anos.

Na teoria, tudo parece perfeito. Mas o “leite transgênico” é realmente saudável? E, além disso, é seguro?

Aparentemente, sim. A pesquisa inicial sugere que pode ainda trazer benefícios significativos para a saúde, de acordo com os especialistas. Porém, muitos outros testes precisam ser feitos antes do leite de vaca/humano estar à venda nos demais países.

De acordo com Elizabeth Maga, cientista da Universidade da Califórnia, que conduz uma investigação semelhante à do grupo de Li, o leite poderá um dia ajudar a aliviar a desnutrição causada pela diarreia em humanos – uma das principais causas de mortalidade infantil em alguns países em desenvolvimento. O leite de vaca modificado não seria apenas bom para bebês, ele pode ser benéfico para qualquer pessoa desnutrida ou carente de bactérias do intestino.

Mas antes que isso aconteça, o leite transgênico deve passar por uma fase de testes em humanos. Nos Estados Unidos e na Europa, os alimentos geneticamente modificados tem má reputação e por isso todo cuidado será pouco antes da liberação do comércio do novo produto.

“Qualquer produto transgênico de origem animal que chega ao mercado tem de se submeter a uma extensiva série de testes”, diz Maga. “Com a oposição tanto nos Estados Unidos quanto na Europa aos produtos geneticamente modificados, o leite provavelmente vai demorar muito mais do que três anos para ser liberado, se for”, opina Keith Schneider, cientista americano que estuda segurança alimentar. [LiveScience]

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