Arqueólogos encontram o que pode ter sido as “minas do rei Salomão”

Por , em 24.09.2013

Escavações em minas de cobres no extremo sul de Israel podem ter revelado novas evidências do reinado da figura bíblica do Rei Salomão, que teria governado a região durante 40 anos.

Durante a Idade do Ferro, os seres humanos começaram a explorar os depósitos de cobre escondidos no Vale de Timna, no atual Estado de Israel, como fica evidente ao se observar as milhares de antigas minas e dezenas de locais de fundição existentes no distrito. Agora, o debate dos arqueólogos se concentra em quem controlava essas minas, e quando.

Após ter explorado a região na década de 1930, o arqueólogo estadunidense Nelson Glueck anunciou ter encontrado as reais “minas do Rei Salomão”, no reino bíblico de Edom. “As Minas do Rei Salomão” é um romance de aventura popular, publicado pelo autor vitoriano inglês Henry Rider Haggard e traduzido para o português por Eça de Queiroz. O livro narra uma jornada ao interior da África, feita por um grupo de aventureiros em busca de uma lendária riqueza que supostamente estaria escondida nas minas que dão nome ao romance. A importância da obra se dá principalmente por ser considerada a precursora do gênero literário “mundo perdido”.

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As pesquisas do decorrer do século 20 – e essencialmente após a descoberta de um templo egípcio no centro do vale, em 1969 – lançaram dúvidas sobre as afirmações de Glueck. Alguns arqueólogos sustentam, desde então, uma interpretação que sugere que os antigos egípcios teriam de fato construído as minas, antes mesmo da suposta existência do reinado de Salomão, ainda no século 13 aC.

No entanto, as escavações recentes no Vale de Timna revelaram artefatos datados do século 10 aC, época em que a Bíblia diz que o rei Salomão governava. Os especialistas, porém, argumentam que as minas provavelmente eram operadas pelos edomitas, uma tribo seminômade que constantemente entrava em conflito com Israel.

“As minas são, definitivamente, do período do rei Salomão”, garante o arqueólogo Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv. “Esses locais podem nos ajudar a compreender a sociedade local, que, se não fossem as minas, teria passado despercebida por nós”.

Ano passado, Ben-Yosef e uma equipe de pesquisadores investigaram uma área conhecida como Colina dos Escravos, um local de fundição previamente intocado, que mantém rastros de centenas de fornos e camadas de cobre, o material restante da extração do metal.

O lugar não apresentava ruínas arquitetônicas significativas, mas os arqueólogos conseguiram encontrar resquícios efêmeros de uma vida antiga: pedaços de roupas, cordas, tecidos e objetos de cerâmica, além de tâmaras, uvas e pistache.

Onze amostras do material encontradas na Colina dos Escravos foram submetidas a testes na Universidade de Oxford, na Inglaterra. De acordo com os pesquisadores, os resultados mostraram que os itens antigos datam justamente da época do reinado de Salomão.

“No Vale de Timna, nós certamente descobrimos uma sociedade com alto grau de desenvolvimento, organização e poder”, resume Ben-Yosef.

Apesar do debate sobre quão confiável é a Bíblia como fonte histórica para arqueólogos, Ben-Yosef acrescenta que é muito possível que os reis Davi e Salomão tenham, de fato, existido. Consequentemente, segundo ele, é possível que uma dessas figuras bíblicas tenham exercido algum controle sobre as minas do Vale de Timna. [Live Science]

2 comentários

  • leo2505:

    Traga a sua bola de cristal
    E aquele incenso do Nepal
    Que você comprou num camelô

    E me empresta o seu colar
    Que um dia eu fui buscar
    Na tumba de um sábio faraó

  • Evandro Oliveira:

    Isso me fez lembrar o filme do Quarteman e as Ilhas do Rei Salomão… algo assim.. bem a estilo Indiana Jones.

    Para infelicidade desses arqueologos, entre outros curiosos e caçadores de tezouros. Segundo a própria narração biblica, os tezouros de Israel foram espalhados pelo mundo após a invasão e dominio dos Babilonicos, depois, dos medos-persas, depois dos gregos, depois dos romanos… etc.

    É dificil imaginar que alguma camera secreta cheia de tezouros tenha sido passada despercebida depois de tantos e tantos séculos de invasões. Ainda mais se tratando de Jerusalem, a cidade mais invadida e reinvadida da História.

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