Bebês romanos mortos: grande infanticídio do passado permanece um mistério

Por , em 9.08.2011

Quanto mais a história se desenrola, mais embaraçada fica. Novas análises lançam dúvidas sobre uma teoria de que 97 crianças foram mortas em um bordel romano em Buckinghamshire, condado ao sul da Inglaterra.

Em 2008, os restos mortais dos bebês foram redescobertos pela cientista Jill Eyers em um museu. Eles tinham sido escavados a partir dos restos de uma vila romana luxuosa em Buckinghamshire quase 100 anos antes, e tinham permanecidos escondidos desde então.

A história chamou a atenção da imprensa mundial no ano passado porque Eyers sugeriu que a vila estava funcionando como um bordel, e seus ocupantes cometiam infanticídio para se livrar de filhos não desejados.

Agora, depois de estudos cuidados, a análise revelou que todos os bebês foram enterrados entre 150 d.C. e 200 d.C., o que significa que todas as mortes ocorreram em um período de 50 anos.

A cientista também disse que toda uma série de outras evidências do estudo da paisagem ao redor da vila apoia sua teoria do bordel. “Para ser honesta, quando lancei essa ideia, foi realmente para levar as pessoas a debater, mas quanto mais eu observo, mais me convenço de que minha teoria original do bordel é verdadeira”, admite Eyers.

O curador de arqueologia do Museu do Condado de Buckinghamshire, Brett Thorn, contesta a hipótese. “Minha principal preocupação com a teoria do bordel é que está muito longe de qualquer centro populacional importante”, diz.

Ele montou uma exposição de outros objetos escavados da vila que poderiam apontar para o local tendo associações com uma série de cultos à “deusa mãe” (mito universal de uma deusa representada como a Mãe Terra, ligada à natureza e fertilidade) em todo o mundo. “Há alguns objetos religiosos significativos no local, que indicam possíveis conexões com um culto da deusa mãe”, explicou.

Esses objetos podem indicar que o local foi um santuário, e as mulheres iam lá para dar à luz e obter a proteção da deusa mãe durante este ato perigoso. O grande número de bebês enterrados ali poderia ser de morte natural, talvez de crianças que morreram durante o parto.

No ano passado, a especialista Alice Roberts percebeu marcas de corte feitas por um objeto afiado em um dos ossos de bebês, uma descoberta que só revelada ao público agora. Marcas de corte podem indicar práticas rituais que envolvem sacrifícios humanos, ou o desmembramento de um bebê durante o parto para salvar a vida da mãe.

Keri Brown, da Universidade de Manchester, realizou testes de DNA em 10 montes de ossos para determinar o sexo de alguns dos bebês. São mais comuns, ao longo da história, casos de infanticídio de meninas em vez de meninos, mas o contrário é válido para bordéis. Um bordel em Ashkelon, Israel, revelou que quase todos os bebês eram meninos.

Embora os testes representem uma amostra muito pequena do número total de esqueletos de bebês encontrados, parecia haver um número igual de vítimas de ambos os sexos em Buckinghamshire, e assim o mistério permanece sem solução.
Futuras escavações no local podem esclarecer o mistério de uma vez por todas.[BBC]

15 comentários

  • Samuel Alencar:

    Vidas inócuas sacrificadas por ignorância ou talvez perversidade de minoria maldosa. Deus está no céu; sua justiça perdura para sempre.

  • Roberto:

    Você sabe para quem está indo grande parte do dinheiro do Bolsa Família que o PT distribui às nossas custas? Você sabe onde ficavam e ficam hospedados os “militantes” do PT em suas peregrinações intensas pelo país para divulgar a ideologia partidária? Você conhece a principal Zona eleitoral do PT? Você sabe o que acontece com os filhos resultantes? Você imagina por que os homossexuais e maconheiros ganharam do STF tantos privilégios nesse governo?

  • Roberto:

    No Brasil, assim como em muitos países subdesenvolvidos essa prática já foi muito comum e me parece que os números apresentados são bastante inferiores a aquilo que realmente aconteceu. Infelizmente a miséria não tem escrúpulos. Minha nona, diante de fatos assim, dizia: “Como é porca a miséria…!”. E infelizmente também tal coisa já esteve de alguma maneira muito perto de nós. Só espero que não resurja e que o pouco que ainda exista, logo acabe, embora abortos sempre existirão, por algum motivo. Mas infanticídio, merece prisão perpétua e esterilização sumária.

  • Dr. Dalton Camargo:

    Não sou contra o assassinato de crianças. Elas são anjos e anjos são inimputaveis pelas leis de Deus.

    • Bruno Rocha:

      Tanto que ele fez o maior genocídio da Terra, matando de fetos, bebes ate crianças.

  • José Calasans.:

    Na Grécia em Esparta,era comum matar crianças com qualquer deficiencia,só as ditas perfeitas eram poupadas.Basta agente se aprofundar mais na história real da humanidade,que veremos muitas barbaridades praticadas e tidas como normais.

    • roberto quintas:

      e não foram apenas nesses tempos “pagãos”. mesmo depois da implantação opressiva do Cristianismo, mulheres e crianças foram alvo de um morticínio feito em nome de Deus.

  • Marco Antonio Papalardo:

    Infanticidio?, Romanos, Roma, berço do Cristianismo?, Aonde fica o Amai-vos Uns aos Ouros, e Deixa-i vir a mim as Criancinhas??????

  • Larissa:

    Desculpe, mas não vejo duas mortes de bebês por ano como um infanticídio.
    Se foram 97 em 50 anos, o número não é significativo.

  • Cesar:

    Parece que a sociedade romana não via as crianças com o mesmo respeito que nós. Por exemplo, pedofilia era uma palavra que não existia, por que não havia idade mínima para fazer sexo (quem duvidar, leia Satiricon, escrito por um senador romano). Além disso, parece que o monturo era o destino de muitas crianças no Império Romano: órfãos, filhos indesejados, filhos bastardos…

    Mas a gente não precisa ir muito longe para encontrar infanticídio em culturas humanas: os índios brasileiros costumam sacrificar gêmeos, crianças com síndrome de Down, crianças indesejadas, e órfãos.

    • Larissa:

      Não acho que tenha sido um infanticídio. Foram 97 mortes em 50 anos, o que dá umas 2 mortes por ano. Não é um número significativo. Pode ter sido apenas por morte natural, riscos durante o parto…
      Não significa um bordel no local.

  • Larissa:

    Não acho que tenha sido um infanticídio. Foram 97 mortes em 50 anos, o que dá umas 2 mortes por ano. Não é um número significativo. Pode ter sido apenas por morte natural, riscos durante o parto…
    Não significa um bordel no local.

  • Marinalva:

    prefiro acreditar no culto a deusa!

  • Glauco:

    Se as pootas sempre fizeram isso, pq não pode dizer q akilo era um bordel? Parece q o pessoal tá querendo empurrar boas maneiras no mundo das ciências…

  • Gilberto:

    Só trocar bordel por convento

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