Inteligência Artificial: o que é

Por , em 24.06.2012

 

Inteligência Artificial – Introdução

O termo “inteligência artificial” foi criado em 1956 quando da ocasião do célebre encontro de Dartmouth, onde se reuniram mentes como a de Allen Newell, Herbert Simon, Marvin Minsky, Oliver Selfridge e John McCarthy. No final da década de 50 nasce o processamento simbólico com resultado dos esforços de Newell, Simon, e J. C. Shaw  que ao invés de construir sistemas baseados em números, arquitetaram sistemas capazes de manipular símbolos.

Assim, as diferentes correntes de pensamento em Inteligência Artificial, hoje denominada “Inteligência Distribuída” têm estudado formas de estabelecer, nas máquinas, o “comportamento inteligente” , o que pôde ser facilmente expresso  por Minsky  no livro  Semantic  Information  Processing:  “ Como fazer as máquinas compreenderem as coisas?

“O termo “Inteligência Artificial” pode designar todo um universo de técnicas de programação utilizadas para tentar resolver problemas de forma mais eficiente que soluções algorítmicas e o mais próximo possível do comportamento inteligente do ser humano.”

Principais técnicas

Destacam-se, na grande família de técnicas da inteligência artificial, os seguintes campos de pesquisa:

a)   linguagem natural, que aborda o conjunto de técnicas que objetivam o reconhecimento  e a geração da linguagem natural, escrita e/ou falada. As principais aplicações estão no campo dos tradutores universais, nos editores e mineradores de textos e nos dispositivos de controles por voz;

b)   automação e robótica, ou seja, o conjunto de recursos tecnológicos que objetivam a criação de robôs autônomos, capazes de  aprender e tomar decisões; Muitos destes sistemas já estão em operação e foram noticiados aqui no Hypescience.

c)   sistemas perceptivos, que visam a criação de sistemas de reconhecimentos de padrões visuais, sonoros e de texturas, com objetivo de simular e potencializar a percepção sensorial,seja ótica, auditiva  ou táctil. Suas principais aplicações estão no campo de diagnóstico médico e no controle de qualidade industrial;

d)   sistemas especialistas, que capturam o conhecimento em domínios delimitados do saber e da experiência humana, utilizando-o   na tomada de decisões. Observam-se, atualmente, importantes aplicações no diagnóstico médico, na identificação de compostos químicos e nos processos decisórios de  administradores de empresas e de corretores no mercado de ações. Uma particularização dos sistemas especialistas, é a ocorrência de sistemas que apoiam a decisão, em raciocínios baseados em casos;

e)   algoritmos genéticos, que consistem de diversas técnicas de resolução de problemas baseados nos princípios darwinianos de evolução , ou seja mutação, reprodução e seleção. São utilizados para a resolução de problemas  que envolvam um grande número de variáveis e cálculos, como por exemplo,  os projetos  de carenagens aerodinâmicas, desenvolvidos  pela indústria  aeronáutica e automobilística.

f) agentes inteligentes, que caracterizam o conjunto de softwares autônomos que atuam em redes, ou em paralelo a um software principal,   criados com o objetivo de realizar  tarefas previsíveis, específicas e repetitivas.  Por exemplo, sistemas operacionais, softwares que gerenciam o correio eletrônico e ferramentas de rede são hospedeiros para agentes inteligentes. Destacam-se suas principais aplicações na administração de grande volume de informações, como, por exemplo, no mercado de ações, nos mecanismos de busca da internet e na monitoração e administração do comércio eletrônico;

g)  redes neuronais, que são simulações dos padrões de processamento do cérebro humano, tais como plasticidade e aprendizagem. Tem sua arquitetura fundamentada numa aproximação do cérebro animal e em vez de ser pré-programada, a rede neuronal “aprende” com um determinado ambiente de treinamento. Sua construção fundamenta-se no perceptron, um componente discreto que tende a simular o comportamento físico de um neurônio. Da associação  de milhares de perceptrons obtém-se redes suficientemente plásticas, que são capazes de reconhecer padrões complexos, tais como fissuras em soldas metálicas em oleodutos ou a qualidade de uma maçã,  diagnosticada  pelos padrões de cores de sua casca.

Nos artigos futuros trataremos de cada uma dessas técnicas numa abordagem bem didática. Não perca!

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[Imagem: “Chip”]

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LEIA SOBRE O LIVRO A COR DA TEMPESTADE do autor deste artigo

Navegando entre a literatura fantástica e a ficção especulativa Mustafá Ali Kanso, nesse seu novo livro “A Cor da Tempestade” premia o leitor com contos vigorosos onde o elemento de suspense e os finais surpreendentes concorrem com a linguagem poética repleta de lirismo que, ao mesmo tempo que encanta, comove.

Seus contos “Herdeiros dos Ventos” e “Uma carta para Guinevere” juntamente com obras de Lygia Fagundes Telles foram, em 2010, tópicos de abordagem literária do tema “Love and its Disorders” no “4th International Congress of Fundamental Psychopathology.”

Foi premiado com o primeiro lugar no Concurso Nacional de Contos da Scarium Megazine (Rio de Janeiro, 2004) pelo conto Propriedade Intelectual e com o sexto lugar pelo conto Singularis Verita.

3 comentários

  • Dinho01:

    É inevitável não lembrar de filmes como Matrix aonde as AI adquirem vontade própria e se rebelam contra a humanidade.Será que os cientistas pensam nessa possibilidade?

    • Elvis Teixeira:

      Pensam sim, mas não se preocupe, máquinas com esse nível de autonomia ainda estão longe de serem produzidas. Até lá temos tempo de pensar em uma boa abordagem. Mas eu fico ansioso por isso, poder conversar com uma outra inteligência, que pensa de uma forma diferente de nós e que não possui as limitações humanas de preconceitos, sentimentos e efeitos de hormônios, a razão pura e bela. Se os aliens estão difíceis, vamos fazer nós mesmos essa outra inteligência, a fim de ter com quem bater um papo.

  • Andhros:

    Inteligência Artificial é algo encantador. É incrível o quanto podemos aprender, na verdade, sobre nós mesmos, enquanto pensamos para resolver um problema de inteligência artificial.

    Surgem questões do tipo: como desenvolvemos compreensão a partir de informações, como organizamos nossos pensamentos, como determinamos nossas rotinas, que tipo de estrutura utilizamos para armazenar as informações, como instruir o programa com nossas experiências práticas (heurística), e por aí vai, não tem limite.

    Ao desenvolver um programa, as vezes nos surpreendemos quando tentamos identificar quais passos seguimos, a fim de realizar uma tarefa ou tomar uma decisão rotineira, e percebemos que: embora possamos fazer certas coisas com facilidade, inicialmente não sabemos como chegamos a resposta!

    Por último, vou aproveitar para complementar a letra “e”, algoritmos genéticos. Foram criados depois os ‘algoritmos culturais’, para simular, assim, a evolução humana de forma mais completa.
    A ideia é que a evolução cultural (que abriga todos os conhecimentos gerados) é mais rápida do que a evolução dos indivíduos (as soluções obtidas por apenas um). É fácil chegar a esta conclusão se pensarmos que os genes são exclusivos de quem os possui, já as idéias são compartilhadas com o todo e interpretadas por indivíduos com diferentes experiências que podem continuar a desenvolvê-la simultaneamente, além da cultura perpetuar através do tempo.

    Para aprender a teoria e implementar um algoritmo desse tipo é preciso apenas saber alguma linguagem de programação. Nada de surreal para o nome “inteligência artificial”, não é?

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