Lua de Júpiter tem lagos rasos

Por , em 22.11.2011

Cientistas encontraram a melhor evidência até agora para a presença de água embaixo da superfície da gelada lua de Júpiter, a Europa. Análises da superfície lunar sugerem finas camadas de água morna por baixo do gelo.

O estudo prevê que lagos pequenos existem a apenas três quilômetros da superfície. Qualquer água líquida pode significar um habitat potencial para vida.

De análises anteriores, cientistas já suspeitavam que um oceano gigante, de 160 quilômetros de profundidade, estava entre 10 e 30 quilômetros para dentro da crosta de gelo.

Muitos biólogos espaciais sonharam em seguir os passos do personagem ficcional David Bowman, do livro Odisseia Dois de Athur C. Clarke, que descobre formas de vida aquáticas no oceano da lua Europa.

Mas cavar buracos no gelo espesso sempre pareceu insustentável. Agora, a descoberta de água líquida torna uma missão espacial para coleta muito mais plausível.

A presença de lagos rasos também significa que há mistura entre as porções superiores e as inferiores. O gelo moído poderia transferir nutrientes para as partes mais profundas do oceano.

“Isso pode tornar Europa e seu oceano mais habitáveis”, afirma a líder do estudo, da Universidade do Texas, Britney Schmidt. Ela analisou as imagens coletadas pela nave Galileo, lançada em 1989.

Especialistas em gelo têm estudado a superfície da lua por muitos anos tentando entender o que causou sua superfície completamente quebrada e arranhada.

“Se comparada com a Antártica, onde vemos características similares, podemos determinar algo sobre o processo que acontece na Europa”, afirma o especialista da Universidade de Edimburgo, Martin Siegert.

Ele explica que o novo estudo aponta como a água morna que sobe causa o derretimento do gelo superficial, formando rachaduras.

“Quando essa água entra nas ranhuras, ela congela, formando novo gelo. A parte inferior então congela novamente, causando o soerguimento da superfície”, afirma.

Os Estados Unidos e a Europa estão trabalhando em missões para essa e outras luas de Júpiter. Eles esperam lançá-las no fim dessa década ou no começo da próxima.[BBC]

6 comentários

  • Ailson Lima:

    Penso que talvez mundos deste gênero sejam os mais habitáveis do cosmos.

    • Jonatas:

      Talvez estejam entre os mais numerosos também.

  • gutemberg:

    gostaria de saber mais sobre ufologia.

  • Eduardo:

    Sou bastante leigo no assunto, se alguém puder me corrigir, por favor. Mas na minha visão, parece que água é (ou era) um elemento bastante comum no sistema solar. Há histórias de que Marte já sustentou vida e teve oceanos, por exemplo, mas como o clima é muito quente lá, toda essa água sumiu (e há indícios de que hajam lençóis aquáticos por baixo do solo)… Não sei se estou certo, mas se as luas dos planetas são mais frias que os próprios planetas, elas podem ainda sustentar água (não importa o estado) e por isso ganharam os holofotes dos cientistas e curiosos.

    Se houver água em estado líquido nas profundezas da Europa, essa água esta assim graças as reações químicas que aconteceram lá, certo? Então acho que só faltaria saber se os cometas já depositaram os tijolos da vida lá, ou então se já houveram reações químicas com estes no oceano alienígena.

    Um documentário bem legal para os ignorantes que nem eu sobre o assunto, é esse aqui http://www.youtube.com/watch?v=xvdAeirEO2M&feature=mfu_in_order&list=UL , achei bem explicado e quis compartilhar. (:

  • Mouggier:

    A exploração de outras luas é o caminho mais viável para comprovação ou refutação da ideia de vida além-Terra. Creio que haja vida nesses oceanos intra-lunares, mais complexa que cianobactérias.

  • Jonatas:

    Europa volta a ser cabeça de chave entre os maiores candidatos a albergar vida extraterrestre.

    Ultimamente estava perdendo seu posto pra Enceládus, a lua de Saturno que tem gêiseres de vapor d/água e compostos orgânicos como indicador de lagos borbulhantes pouco abaixo da superfície.

    Titã, outro saturnino, tem um natureza totalmente arbitrária nesse sentido de vida como a que conhecemos, mas se em sua complexa química a vida encontrar um caminho diferente, ele será a revelação de um Universo cheio de extraterrestres.

    Marte ainda é o mais perto que temos pra encontrar vida, e atuais indícios apontam pra procurar mananciais subterrâneos como possíveis habitats.

    Em chances bem menores mas não tão descartáveis, temos mundos com vidas alternativas: Vênus poderia ter uma exótica biosfera nas nuvens, Netuno teria super-criaturas ala-Sagan em seus oceanos gigantescos e intermináveis de água e amônia enquanto outras luas e planetas anões podem ter supostos oceanos ocultos muito abaixo de suas crostas gelas.

    Até lá, o que há de mais difícil as agências espaciais é escolher qual mundo sondar primeiro.
    Titã é muito mais fácil de explorar, não tem a radiação intensa e os micro detritos de pó como em Marte e sua atmosfera tem quase a mesma pressão da terrestre. Essa pressão atmosférica é tão útil que permitiria trajes espaciais mais simples e leves e voar de balão entre suas nuvens é possível, pousando onde for interessante.

    Entretanto, a primeira visita a Marte já é bem provável.

    Entre luas geladas, Enceládus é mais viável que Europa, não está em uma super magnetosfera como a jupiteriana e seus possíveis mananciais de água são mais acessíveis, estando mais perto da superfície e tendo fissuras penetráveis, de onde vem os gêiseres.

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