Por que coçar traz alívio?

Por , em 7.04.2009

Coçar um lugar que está “incomodando” faz com que uma espécie de alavanca da coceira, na espinha, seja desativada. Pelo menos é o que dizem pesquisadores estadunidenses, que acreditam que a descoberta pode ajudar na criação de tratamentos mais eficientes para aqueles que têm problemas com a coceira.

Testes em macacos mostraram que, ao ser coçado um ponto que gera incômodo, esse ponto manda sinais para o cérebro.

Se compreendermos como esse processo funciona, pessoas com Aids e com o mal de Hodgkin (doenças que causam coceira e que não podem ser “aliviadas” com uma simples pomada) podem passar por um tratamento e se sentirem melhor, livres da coceira.

“Há mais de 50 doenças que produzem coceira que não pode ser facilmente tratada” explica Glenn Gieseler Jr., da Universidade de Minessota.

Em estudos anteriores, o pesquisador e seus colegas mostraram que neurônios, em uma parte especial do cordão espinhal, ficam muito agitados quando uma substância que provoca coceira é colocada na pele.

Gieseler diz que, depois que o local é coçado, um sinal é enviado ao tálamo, uma parte do cérebro, e é recebido como se fosse um sinal de dor. Mas ainda não havia ficado clara a maneira com que a coceira funcionava. Porque nos sentimos aliviados, afinal, se o cérebro recebe toda a informação como dor?

Estudando macacos, a equipe de Gieseler grudou vários eletrodos nos animais e depois passaram substâncias que ativavam a coceira em suas peles. Eletrodos também foram ligados aos nervos responsáveis por transmitir as informações sobre a coceira.

“Quando os macacos coçavam o lugar da coceira, o sinal da coceira simplesmente desaparece” diz Gieseler. “Esse estímulo faz com que os neurônios ‘da coceira’ parem ou desacelerem por 30 ou 40 segundos – que é o tempo em que sentimos alívio depois de coçar”.

“Isso sugere que os neurônios do cordão espinhal são ‘desligados’ quando nos coçamos” conclui.

Gieseler diz que o próximo passo é descobrir como esse circuito funciona e quais são os químicos e neurotransmissores envolvidos no processo. “Se soubermos como ativar o sistema de alívio sem ter que apelar para a coceira, a qualidade de vida de um grande número de pessoas irá melhorar” completa. [Reuters]

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