“Síndrome do coração partido” pode ser causada por anormalidade nos vasos sanguíneos

Por , em 16.12.2010

Segundo um novo estudo, os vasos sanguíneos das mulheres com a chamada “síndrome do coração partido”, uma condição rara em que o músculo do coração fica temporariamente enfraquecido, não respondem normalmente ao estresse.

A síndrome do coração partido, também conhecida como síndrome apical (ABS), ocorre quase exclusivamente em mulheres, geralmente após um acontecimento extremamente estressante, como a perda de um marido.

Os pacientes com a doença apresentam um inchaço característico no ventrículo esquerdo do coração. Apesar de apresentar sintomas semelhantes aos de um ataque cardíaco, como dor no peito, as artérias dos pacientes não têm bloqueios, e o coração não fica danificado permanentemente; os pacientes geralmente se recuperam em poucas semanas. A causa exata da ABS não é conhecida.

Agora, dizem os pesquisadores, os resultados do novo estudo podem explicar, pelo menos em parte, o que causa a doença, bem como ajudar a identificar mulheres em risco para a condição.

A pesquisa envolveu 12 pacientes que sofreram de ABS nos últimos seis meses, 12 mulheres que nunca tiveram ABS, e 4 mulheres que tiveram ataques cardíacos clássicos. Os pesquisadores deram as participantes uma série de testes de estresse mental, e monitoraram como seus vasos sanguíneos reagiram.

Por exemplo, as mulheres tiveram que completar testes de memória que foram ficando cada vez mais complexos, bem como tarefas matemáticas. Enquanto isso, a função de seus vasos sanguíneos foi medida com dispositivos, como medidor de pressão arterial nos braços e dedos.

Nas pacientes com ABS, os vasos sanguíneos não estavam funcionando tão bem quanto deveriam em resposta ao estresse. Durante o estresse, os vasos sanguíneos devem se abrir mais amplamente para permitir maior fluxo de sangue para o coração. Em vez disso, nas pacientes com ABS houve a constrição dos vasos sanguíneos, diminuindo o suprimento sanguíneo para o coração.

Os pesquisadores disseram que essa resposta ao estresse anormal pode contribuir para a ABS. Como, atualmente, não há maneira de identificar essas mulheres, os pesquisadores sugeriram que é possível que um teste de estresse mental ajude a identificar pacientes com maior risco para a doença. [LiveScience]

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