Sentidos animais: 10 surpreendentes que você provavelmente não conhece

Por , em 16.04.2013

Já não é novidade que o pobre ser humano está, com suas limitadas capacidades de visão, audição, olfato, paladar e tato, muito aquém de outras espécies que habitam o planeta. Mas a ciência ainda não conhece totalmente certas habilidades sensoriais no reino animal. Confira dez das mais inusitadas:

10. Sentidos animais: Bico elétrico

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Sendo um mamífero que bota ovos e tem bico, o ornitorrinco já é uma exceção em si mesmo. Como se não bastasse, o bico que ele possui é dotado de uma habilidade que não se encontra nem no das aves: senso de eletricidade. O ornitorrinco gosta de caçar pequenos invertebrados no fundo de pequenos rios e lagos. Para dar conta dessa tarefa, ele mergulha na água seu incrível bico, que começa a detectar alterações no campo elétrico causadas pelo movimento dos animais. Assim, localiza suas presas com precisão impressionante.

9.Sentidos animais: Ecolocalização

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Como sobrevive um animal noturno, com olhos pequenos e quase inoperantes, que precisa caçar animaizinhos ágeis no escuro para se alimentar? Só mesmo com um sofisticado aparelho de localização por ondas sonoras. Esta é a vida do morcego.

Sua habilidade já é conhecida: ao perseguir uma presa, ele emite ondas e recebe seus reflexos. De acordo com o tempo que o reflexo demora a voltar, ele sabe a que distância está da caça. O que muita gente desconhece é que esse espaço de tempo não é a única referência do morcego. Ele é capaz de julgar o som que chega a seus ouvidos a partir do efeito Doppler, o que o permite saber também a velocidade do pobre animal perseguido. Quase uma covardia.

8. Sentidos animais: Senso infravermelho

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O espectro de visão do ser humano é tão limitado que precisamos da tecnologia para detectar comprimentos de onda abaixo do vermelho. Com tal tecnologia, a ciência construiu as modernas “termocâmeras”, que detectam as diferenças de radiação e permitem saber, literalmente, onde está quente e onde está frio.

Este senso de temperatura baseado na radiação é uma habilidade natural de várias espécies de cobras. Ao contrário do que muita gente pensa, no entanto, não é pelos olhos que elas fazem essa distinção, e sim por um equipamento sensorial independente da visão. Logo, elas caçam não baseadas na cor, e sim na temperatura das presas.

7. Sentidos animais: Senso ultravioleta

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O modo como as abelhas veem o mundo difere muito do nosso. E neste caso, ao contrário das cobras, a habilidade de detecção radiativa está essencialmente ligada à cor. As abelhas precisam sempre saber onde estão as flores a serem polinizadas. No espectro visual do inseto, as pétalas geralmente aparecem em tons de verde. E os outros componentes vegetais, como caules e folhas, que para nós aparecem em verde, são azuis no olhar de uma abelha. Dessa forma, na oposição entre verde e azul, elas chegam facilmente aonde precisam.

6. Sentidos animais: Magnetismo

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A missão de uma abelha é mesmo penosa. Depois de um longo dia de polinização floral, encontrar de volta o caminho para a colméia nem sempre é tarefa das mais fáceis, especialmente quando ela acaba voando longe demais. E não existe nada na colméia em si que ajude a guiar a abelha – ela precisa se localizar geograficamente.

Para tanto, ela conta com outro artifício. Dentro do abdômen de uma abelha, existe um minúsculo anel com partículas de ferro, com o qual ela se situa em relação ao campo magnético da Terra. Pode-se dizer que tal anel opera como uma espécie de bússola.

5. Luz polarizada

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Nossos olhos detectam ondas luminosas sem distinção de direção, pois as células foto sensíveis estão dispostas aleatoriamente. Se quisermos enxergar a radiação atravessando um único plano, precisamos de um polarizador. Os polvos enxergam dessa maneira naturalmente. Sua habilidade é fundamental na hora da caça: permite que eles enxerguem certos animais que são praticamente transparentes (para olhos humanos) no fundo do mar.

E como isso funciona? Suas células visuais não estão dispostas por toda a retina, mas sim em uma única linha. Assim, a radiação com a qual um animal quase transparente reflete a luz fica evidente aos olhos de um polvo. E a localização fica muito mais fácil.

4. Sensores no exoesqueleto

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Artrópodes se diferenciam por ter o corpo revestido por um exoesqueleto. É como se fosse, para nós humanos, uma armadura. No entanto, por mais conveniente que seja essa proteção, ela levaria a seres como aranhas um sério inconveniente: tiraria a habilidade tátil dos membros. Por essa razão, os aracnídeos contam com um aparelho sensorial instalado por cima do exoesqueleto: pequenas espículas nas pernas, que se tencionam conforme a aranha se move. A partir da tensão em tais espículas, elas conseguem identificar o ambiente situado sob as pernas.

3. Células gustativas

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Um nome muito conhecido na pescaria brasileira é dotado de um senso incomum. Pouca gente sabe, mas o famoso bagre (alcunha dada a uma ordem que abrange várias espécies semelhantes de peixe) tem o corpo totalmente coberto de células gustativas. Exatamente: todo o corpo destes peixes é capaz de sentir sabores deixados na água, o que o aproxima de suas presas. É como se o bagre fosse, por inteiro, uma língua.

2. Glândula pineal

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Para seres que vivem na luz, a posse de olhos parece fundamental. Mas em animais que há milhões de anos evoluem nas profundezas abissais do oceano, onde quase não há penetração da luz, os olhos perderam a razão de existir. Assim, uma espécie de peixe chamada Astyanax mexicanus subverteu completamente o modo como os animais percebem a luminosidade.

Ele não tem olhos. Para que possa perceber as pequenas variações de luz que o permitem saber se é dia ou noite, achar abrigo e fugir de predadores, ele usa a glândula pineal, situada perto do cérebro. E para que a luz chegue diretamente a essa glândula (o que é necessário, já que não existem olhos), o peixe tem um corpo totalmente translúcido.

1. Olhos de ponto de matriz

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Embora haja diferenças importantes entre as espécies, os sistemas visuais de todo o reino animal funcionam mais ou menos na mesma forma no que diz respeito à “técnica” com a qual os olhos captam uma imagem e a levam ao cérebro para ser codificada.

A única exceção para isso é um pequeno crustáceo chamado Copilia quadrata. Este animal tem dois olhos, assim como nós, mas cada olho ocupa quase metade do corpo. No sistema, há duas lentes afastadas ao máximo, uma à frente e a outra no fundo. Por entre elas corre um órgão sensitivo móvel, que forma a imagem que o crustáceo detecta enquanto transita. Este funcionamento ainda é um grande enigma evolutivo, pois não há paralelo em nenhuma outra espécie. [Listverse]

6 comentários

  • Dinho01:

    Outro problema com os humanos é que com o uso de tanta tecnologia estamos perdendo a habilidade de aproveitar ao máximo nossos sentidos.

  • Dave:

    “Este funcionamento ainda é um grande enigma evolutivo, pois não há paralelo em nenhuma outra espécie.” (Sobre o Copilia quadrata e sua visão de ponto de matriz).
    Para mim, parece bastante obvio. É um Alienígena.

  • Vera Lucia Anastacio Do Nascimento:

    gostei muito interessante

  • Anderson Guimarães:

    Muito interessante este artigo.O #1 é um ser incrível.

  • Felipe Guerra:

    Eu achei bem interessante o fato de o Astyanax mexicanus não ter olhos mas, ainda assim, ter o espaço dos órgãos (dá pra ver a forma redonda aonde os olhos deveriam estar).

    Aí fui procurar algumas informações (pra ver se não era minha mente maluca colocando o espaço dos olhos no peixe) e achei mais interessante ainda saber que esse mesmo peixe tem mais de uma “versão”: existe o peixe da mesma espécie que enxerga normalmente e não é translúcido.

    É bacana parar pra ver como o ambiente em que cada grupo vive realmente impacta no modo como cada um evolui, mesmo sendo da mesma espécie…

    Neste artigo há comentários sobre essas diferenças evolutivas do A. mexicanus: http://9e.devbio.com/article.php?id=62

  • Thiago Alexandre Dos Santos:

    Muito interessante!!!! post show de bola !!!

    Faltou fechar com chave de ouro,com a tamarutaca.
    Este bicho tem um olho em que cada um tem 3 pontos focais e conseguem enxergar do espectro ultravioleta ao infravermelho, além de ter 16 tipos de cones nos olhos, só pra comparar, nós humanos temos 3 tipos apenas.

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