Ícone do site HypeScience

Pesquisadores conseguem ler pensamentos de voluntários

ler pensamentos
Os pesquisadores escanearam várias regiões do cérebro para descobrir qual imagem que os voluntários estavam enxergando.

Ainda falta muito para que seja possível realmente ler e ver pensamentos, mas um estudo realizado na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, leva a pesquisa nesse campo a um novo nível que levará um dia a máquinas que escrevem tudo o que pensamos. Os pesquisadores utilizaram imagens de ressonância magnética para observar a atividade mental de voluntários e tentar interpretar seus pensamentos.

Um estudo anterior já tinha sido feito de um modo parecido com este. Jack Gallant, neurocientista que fez a nova pesquisa, explica que o estudo anterior era diferente pois tinha um número limitado de imagens para os participantes pensarem. Os participantes do estudo viam uma série de imagens mostradas pelos pesquisadores, e depois os cientistas observavam as imagens da ressonância magnética do movimento do cérebro dos participantes tentando descobrir sobre qual das imagens ele estava pensando. “Seria como o truque de um mágico, quando ele descobre qual carta você está segurando”, explica Gallant. “O mágico sabe exatamente quais cartas você pode ter visto”, diz.


O sistema utilizou probabilidades matemáticas para coincidir as imagens do escaneamento com uma imagem específica em um banco de dados com 6 milhões de imagens. Apesar de alguns pequenos erros o sistema conseguiu coincidir as imagens da coluna da direita com as da esquerda com excelente precisão, mostrando um grande avanço na “leitura” da mente.

O novo estudo abrange a análise para partes do cérebro utilizadas para classificações mais gerais, como “pessoa”, “carro” ou “edifício”, por exemplo. Utilizando matemática de probabilidades, os pesquisadores desenvolveram uma base de 6 milhões de resultados possíveis e as novas ressonâncias magnéticas foram ajustadas para “mostrarem” uma imagem que correspondesse ao que a pessoa estava pensando. “No novo estudo, a carta podia ser uma fotografia de qualquer coisa no universo, e o mágico tem que descobrir o que é”, afirma Gallant.

A pesquisa permitiu a criação de uma ideia geral do pensamento dos participantes do experimento, mas ainda não é possível criar uma imagem perfeita do que a pessoa está vendo. Isso acontece porque a imagem da ressonância magnética aglomera milhões de neurônios em blocos únicos. Este problema pode ser resolvido ao utilizar aparelhos de imagens mais avançados, como eletroencefalograma ou escaneamentos com laser, que melhorariam a fidelidade da informação que passa no cérebro.

Resolvendo estes problemas, Gallant afirma que em algumas décadas pode ser possível utilizar algoritmos para decodificar mais coisas, e não só a visão. “Em teoria, poderíamos analisar discursos internos. A pessoa pode falar com ela mesma, e seu pensamento sair em uma máquina”, afirma o pesquisador. [Daily Tech]

Sair da versão mobile