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Irmã de Fidel Castro: “Eu trabalhei com a CIA em Cuba”

A irmã mais nova de Fidel e de Raul Castro, Juanita Castro, colaborou com a agência de inteligência norte-americana (CIA) contra o governo de seus irmãos em Cuba antes de ir para o exílio em Miami em 1964, segundo o que ela disse no último domingo (25).

Aos 76 anos, ela está lançando um livro que conta suas memórias em relação a Fidel e Raul, com os quais ela não tem contato há mais de quatro décadas. O nome do livro é Fidel e Raul, meus irmãos, a história secreta, escrito em parceria com a jornalista mexicana Maria Antonieta Collins.

Depois de apoiar Fidel na Revolução de 1959, que derrubou o ditador Fugêncio Batista, em Cuba, Juanita afirmou ter se desiludido com a forma como seu irmão mais velho estava executando opositores e direcionando a ilha para o comunismo. “Eu comecei a ficar desencantada quando vi tanta injustiça”, disse.

Ela também contou que abrigava e ajudava, em sua casa em Havana, os perseguidos pelo governo de Fidel Castro. “Minha situação em Cuba ficou delicada por causa da minha atividade contra o regime”, lembra.

Depois de um tempo, uma pessoa próxima a Fidel lhe trouxe um convite da CIA pedindo que ela colaborasse com a agência de espionagem norte-americana.

“Eles queriam falar comigo porque tinham coisas interessantes a me dizer, e coisas interessantes a me perguntar, tais como se eu estava pronta para correr riscos, se eu estava pronta para ouvi-los – eu fiquei chocada, mas disse que sim”, disse Juanita Castro.

“Durante três anos, de 1961 a 1964, colocando a própria vida em risco, o trabalho de Juanita Castro era salvar a vida de seus compatriotas bem antes de ela partir para o exílio em Miami”, acrescentou Collins, sem dar mais detalhes.

Juanita Castro, que foi dona de uma farmácia em Miami por mais de 30 anos antes de se aposentar em 2006, falou pela última vez com seu irmão Fidel em 1963, quando a mãe deles, Lina Ruz Gonzalez, morreu de ataque cardíaco. A última vez que falou com seu outro irmão Raúl foi em 1964, dias antes de sair de Cuba para o exílio.

Ela é uma forte crítica do governo comunista de Fidel Castro em Cuba, dizendo que ele traiu os princípios democráticos que originalmente disse respeitar ao adotar o marxismo e alinhar Cuba à União Soviética. [Reutes, O Globo]

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