Ao longo dos anos, os cientistas procuraram determinar se a tolerância ao frio é de todo influenciada pelo sexo. Alguns pesquisadores especulam que os homens, em geral, devem ter uma maior tolerância, resultante de uma maior proporção de massa corporal em relação à área da superfície, de um maior músculo gerador de calor e de um maior metabolismo. Mas a ciência não é tão clara assim.
Um estudo na revista científica The Lancet pesquisou 219 pessoas de todas as idades e descobriu que os voluntários do sexo feminino tiveram, em média, temperaturas corpóreas mais altas (36,56 graus Celsius versus 36,33°C nos homens), mas temperaturas mais baixas na mão (30,67 graus contra 32,22 graus nos indivíduos do sexo masculino). Isso poderia indicar uma maior capacidade de conservar o calor do corpo e proteger os órgãos vitais. Mas o menor fluxo de sangue para as extremidades significaria também uma maior sensação de frio.
No entanto, estudos em que homens e mulheres ficam imersos em água fria mostraram que a reação do corpo depende principalmente do tamanho e da gordura corporal. Em outras palavras, um homem e uma mulher de igual tamanho e gordura corporal não mostrariam nenhuma diferença fisiológica em resposta a esses estímulos.
Alguns estudos também indicam que a percepção das mulheres de frio pode variar durante o ciclo menstrual, com a temperatura do corpo subindo e descendo. Mas isso ainda está sendo, também, amplamente debatido.
Conclusão
São tantos outros fatores que também desempenham um papel nas temperaturas interna e periférica – dieta, níveis de atividade, ondas de calor na menopausa, tabagismo e até mesmo o sono – que parece não haver nenhuma resposta clara e terminante.
Então, devido a tantas variáveis existentes, a pesquisa não se mostrou clara o suficiente sobre se o sexo influencia ou não a tolerância ao frio e a sua percepção. [NY Times]