A ciência é cheia de descobertas incríveis, como aquela vez em que pesquisadores determinaram que macacos são capazes de pagar para assistir pornô para macaco.
Quando leio sobre esses experimentos como esse (que envolveram filmar pornô para macaco, treinar macacos para vê-lo e, em seguida, elaborar um complexo sistema de compensação para levá-los a pagar por isso), logo penso: por que, céus, por quê?
E é aí que percebo que uma enorme quantidade de pesquisas feitas no mundo parece ser unicamente destinada a fazer os cientistas rirem. Como…
6. Perus machos e a cabeça em uma vara
Em 1965, os pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA) Martin Schein e Edgar Hale começaram um experimento para entender o desejo sexual dos perus. Eles iniciaram os testes com um modelo de uma perua.
Os perus vivos tentaram fazer sexo com o modelo, porque são apenas perus, e a visão de um objeto em forma de peru foi o suficiente. Os pesquisadores, então, cortaram os pés, a cauda e as asas do modelo para ver o que acontecia, e os animais continuaram interessados pela “coisa” na mesma medida.
Os pesquisadores então continuaram removendo seções do peru até que só restasse a cabeça do modelo em uma vara. Isso não desanimou os machos nem um pouco – a cabeça era o suficiente para mantê-los interessados.
Isso foi provavelmente uma informação útil para fazendeiros que procuram a melhor maneira de criar perus. Mas não é desculpa para os pesquisadores decidirem usar uma cabeça real decepada de um peru em uma vara para ver se os machos ainda assim iam querer fazer sexo. A resposta é: sim, freneticamente.
5. Tartarugas e bocejo
Se você bocejar perto de outra pessoa, sabe que ela vai fazer o mesmo. Este fenômeno desconcertante não é exclusivo de seres humanos (cães e macacos também são contagiados por bocejos, por exemplo), e os cientistas se perguntam até hoje por que isso acontece.
Eles inclusive já tentaram descobrir se uma tartaruga era capaz de fazer outras bocejarem. O problema foi que eles primeiro precisaram treinar uma tartaruga a bocejar sempre que eles quisessem.
Então a Dra. Anna Wilkinson, da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, gastou seis meses de sua vida acadêmica fazendo exatamente isso: ensinando uma tartaruga a bocejar. E nenhum de seus colegas pensou em fazer uma intervenção.
O processo usado foi condicionamento comportamental básico. Se você quiser fazer o mesmo com sua tartaruga, basta colocar um pedaço de papelão vermelho na frente dela e continuamente encará-la. Cada vez que ela abrir a boca ou fizer qualquer coisa parecida com um bocejo, alimente-a com um pedaço de alface. Ao longo dos meses, a tartaruga irá aprender a bocejar em resposta ao papelão, sem alface. Você venceu.
E, depois de todo esse trabalho, os cientistas colocaram o réptil bocejando na frente de outros e… NADA aconteceu. Tartarugas não bocejam só porque outra tartaruga está fazendo isso.
O estudo sugere que o bocejo contagioso não é o resultado de um padrão neural que é acionado sempre que animais superiores veem outros membros de seu grupo bocejando, mas sim algo que requer uma cognição social que criaturas de ordem inferior (como tartarugas) não possuem. Se for verdade, poderia fornecer uma nova visão sobre a forma como entendemos cognição animal.
4. Gibões e hélio
Se você tivesse um balão de hélio na sua mão agora, o que faria? Eu sei, porque eu faria o mesmo: você sugaria o gás para poder falar em uma voz engraçada. O único motivo pelo qual não fazemos o mesmo com nossos animais de estimação é porque é difícil controlá-los e fazê-los sugar uma bexiga. E é para isso que temos cientistas.
O primatologista Takeshi Nishimura, da Universidade de Kyoto, no Japão, colocou um gibão em uma câmara cheia de hélio a fim de estudar os sons que o animal produzia. O resultado? O hélio mudou a voz do primata, que antes parecia um cachorro pedindo para entrar em casa, e depois passou a soar como um filhote de cachorro que acabou de apanhar (veja no vídeo acima).
Se você acha que não poderia haver pesquisa mais inútil do que essa, admito que Nishimura não fez isso (só) pela diversão. Ele e seus colegas estavam tentando descobrir o mecanismo pelo qual os gibões fazem seus ruídos (parece que eles conscientemente controlam seu sistema vocal, de forma parecida com a qual os humanos fazem, exceto que são especializados em cantar em vez de falar).
Legal. Agora, cientistas japoneses, por favor, coloquem um leão nessa mesma câmara para ver se ele soa como um gatinho!
3. Golfinhos e linguagem humana
Em 1965, o pesquisador John C. Lilly e seus colegas fizeram um estudo de 10 semanas para ver se um golfinho poderia aprender alguns conceitos básicos da linguagem humana, como cores e números. Faz sentido – os golfinhos são muito inteligentes, por isso, devemos estudá-los o máximo possível. E que melhor forma de fazer isso do que, basicamente, colocar um golfinho e um ser humano do sexo oposto vivendo juntos em uma casa aquática?
O golfinho macho adulto chamado Peter ficou isolado em uma casa com a estudante Margaret Howe. Como você pode imaginar (ou não), Peter se apaixonou por Margaret.
No início, o golfinho era um perfeito cavalheiro, expressando o seu amor com presentes como peixe congelado. Quando Maggie não retribuiu o interesse, ele começou a morder e machucar a estudante, na tentativa de convencê-la. Isso perturbou os pesquisadores o suficiente para eles decidirem levar Peter em visitas conjugais com membros de sua própria espécie. Não deu certo, porque, como o protagonista de cada comédia romântica já feita, Peter provou seu afeto através da obsessão pela única pretendente que não correspondia o seu amor.
Assim, a fim de fazer com que Peter fosse mais cooperativo com o estudo, Maggie consentiu em esfregar seu pênis com os pés e as mãos.
Após o estudo ser concluído, Maggie escreveu um relato bizarro sobre seu tempo com Peter, dizendo que seus momentos íntimos não foram “assustadores”, mas sim “bonitos”.
Lilly, por sua vez, considerou o estudo um sucesso, já que Peter de fato pegou alguns conceitos linguísticos básicos. Ele nunca repetiu a experiência, no entanto, nem precisamos dizer por quê.
2. Chipanzés e as bundas de seus colegas
Pesquisadores queriam descobrir se chipanzés podiam reconhecer seus amigos olhando apenas para suas bundas, então Frans de Waal e Jennifer Pokorny do Centro Nacional de Pesquisa de Primatas Yerkes (EUA) primeiro fotografaram algumas traseiras interessantes, certificando-se de que os órgãos genitais estavam aparecendo (você sabe, para o bem do experimento). Em seguida, pegaram os amigos dos chimpanzés fotografados e os forçaram a olhar para as fotos enquanto gritavam algo como: “Reconhece isso? HEIN?!”.
E eles reconheceram – seis chimpanzés diferentes foram testados desta forma e conseguiram (na maior parte do tempo) dizer: “Sim, essa é a bunda do João”. Claro, os chimpanzés não podiam falar, mas os pesquisadores fizeram um programa de computador onde eles podiam escolher a foto do chipanzé correto (veja acima).
Isso é, aparentemente, importante, porque o conceito de “integração do corpo inteiro” era algo que só sabíamos que os seres humanos eram capazes de compreender (compare isso com cães que correm atrás de seu próprio rabo ou – não podemos repetir isso o suficiente – perus que querem transar com uma cabeça decepada em uma vara).
Parece que eles poderiam ter provado o mesmo ponto usando fotografias de mãos, mas eu não sou uma cientista treinada, então vou ficar quieta.
1. Expressões faciais e ratos decepados
Em 1963, o psicólogo social Stanley Milgram publicou um estudo revolucionário que mostrou como pessoas comuns concordariam em fazer coisas horríveis se respeitassem a autoridade de quem emitiu a ordem.
Enquanto muitos já ouviram falar desse estudo, poucos se lembram de que já havia pesquisador fazendo maluquices do mesmo tipo na década de 1920.
Em 1924, o estudante de pós-graduação Carney Landis, que era um pouco lunático, estava interessado em conformidade com a autoridade e resolveu fazer um experimento que envolvia convencer os participantes de um estudo a fazer algo perturbador para que ele pudesse gravar suas expressões faciais.
Landis forçou pessoas a fazer um monte de coisas que elas achariam repugnantes, como assistir pornografia e tocar sapos. Para o ato final, deu-lhes ratos brancos vivos e os pediu para decapitar os animais enquanto fotografava seus rostos. Dois terços dos seus súditos voluntariamente fizeram a experiência, apesar de estarem claramente apavorados. Alguns recusaram, e então Landis decapitou o rato na frente deles para ainda poder registrar suas caras.
Do ponto de vista científico, Landis acabou descobrindo que não há uma única expressão que as pessoas fazem quando estão com nojo ou angustiadas. Veja algumas de suas fotografias acima.
Agora, se você reparou bem nas imagens, viu que tem uma criança entre os participantes. Ela havia sido encaminhada para o laboratório de Landis para tratamento após os médicos suspeitarem de que seu problema de coração tinha um componente psicológico. Landis, presumivelmente, queria ver se, usando o poder da ciência, poderia fazer um garoto de 13 anos de idade se tornar um serial killer (brincadeira. Não sabemos exatamente o que ele queria, eu só precisava criticá-lo por fazer uma criança decepar um rato). [Cracked]