A vida parece ter surgido muito antes do que pensávamos

Por , em 20.10.2015vida na terra

Geoquímicos da Universidade da Califórnia em Los Angeles encontraram evidências de que a vida existia na Terra provavelmente há pelo menos 4,1 bilhões de anos atrás, 300 milhões de anos mais cedo do que a pesquisa anterior sugeriu – e todos aceitavam. A descoberta indica que a vida pode ter começado logo após a formação do planeta – que aconteceu 4,54 bilhões de anos atrás.

De acordo com Mark Harrison, co-autor da pesquisa e professor de geoquímica na Universidade da Califórnia, esta conclusão teria sido uma grande heresia se fosse falada há 20 anos. Porque, veja bem. Você entendeu o que isso significa na prática?

Sim

Os pesquisadores estão dizendo que a vida na Terra pode ter começado quase que instantaneamente após o nascimento do nosso planeta. Isso parece mais aceitável agora porque, de acordo com a comunidade científica, com os ingredientes certo, a vida realmente pode se formar rapidamente.

Antes, muito antes, do que a gente pensava

A nova pesquisa sugere que a vida existia ATÉ MESMO ANTES do bombardeio maciço do sistema solar interno que formou as grandes crateras da Lua – o que aconteceu 3,9 bilhões de anos atrás.

“Se toda a vida na Terra tivesse morrido durante esse bombardeio, o que alguns cientistas argumentam, então a vida deve ter reiniciado rapidamente”, disse Patrick Boehnke, outro co-autor da pesquisa e estudante de graduação no laboratório de Harrison.

Para abalar as estruturas

Os cientistas há muito tempo acreditavam que a Terra era seca e desolada durante esse período de tempo. Esta nova pesquisa, contudo, está provando o contrário. De acordo com Harrison, “a Terra primitiva certamente não era um planeta seco infernal fervente; vemos absolutamente nenhuma evidência para isso”. Ainda segundo ele, o planeta foi, provavelmente, muito mais como é hoje do que se pensava.

Mas como eles chegaram a estas conclusões?

Os pesquisadores, liderados por Elizabeth Bell, analisaram mais de 10.000 zircões originalmente formados a partir de rochas fundidas, ou magmas, na Austrália Ocidental. Zircões são minerais pesados, duráveis e relacionados com o zircônio cúbico sintético usado para fazer diamantes sintéticos. Eles capturam e preservam seu ambiente imediato, o que significa que pode servir como cápsulas do tempo.

Os cientistas identificaram, então, 656 zircões contendo manchas escuras que podem ser reveladoras. Após analisarem atentamente 79 delas com espectroscopia Raman, uma técnica que mostra a estrutura molecular e química de microrganismos antigos em três dimensões, eles puderam praticamente viajar através dos anos.
Bell e Boehnke, que foram os pioneiros em testes químicos e mineralógicos para determinar a condição de antigos zircões, estavam à procura de carbono, o componente-chave para a vida. E uma destas 79 amostras continha, grafite, que é carbono puro, em dois lugares.

Como eles estão confiantes de que estas amostram de zircão tem grafite com 4,1 bilhões de anos de idade?
“Não há melhor caso de uma inclusão primária em um mineral já documentado, e ninguém ofereceu uma explicação alternativa plausível para grafite de origem não biológica em um zircão”, é o que defendem os pesquisadores.

E o grafite é ainda mais velho que o zircão que o contém, segundo os pesquisadores. Eles sabem que o zircão é de 4,1 bilhões de anos, com base na sua proporção de urânio; eles só não sabem dizer ao certo o quanto mais velho o grafite é.

A pesquisa sugere que a vida no universo poderia não só existir como também ser abundante, disse Harrison.
Na Terra, a vida simples parece ter se formado rapidamente, mas ela provavelmente levou muitos milhões de anos para evoluir a capacidade de fotossíntese.
O carbono contido no zircão tem uma assinatura: uma proporção específica característica de carbono-12 e carbono-13 que indica a presença de vida fotossintética.

O que tudo isso significa?

Segundo Bell, que precisamos pensar de forma diferente sobre a Terra primitiva.[phys]

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