Como pequenas abelhas conseguem cozinhar vespas assassinas

Por , em 5.10.2014

Vespas japonesas gigantes têm grandes cabeças amarelas, olhos enormes e comem, hã, abelhas. Aliás, comer, por mais terrível e cruel que pareça, é ainda um termo muito educado para descrever o que realmente acontece nessa relação.

As vespas arrancam a cabeça das abelhas europeias, bem como todos os seus membros, e jogam essas partes para bem longe a fim de devorar o grande e suculento tórax, dividindo o banquete com seus bebês, ainda em estado de larva.

Elas são incontroláveis. Uma única vespa pode matar até 40 abelhas europeias por minuto. Haja fome. Haja larvinhas para alimentar.

Abelhas europeias, que são novas no Japão (foram levadas para o país por cultivadores), evoluíram sem desenvolver defesas. Tadinhas, elas não tiveram tempo. Mas há um segundo grupo de abelhas – as locais abelhas japonesas – que encontraram um caminho para sobreviver: a estratégia desse grupo é precisa, orquestrada e mortal.

A vingança das abelhas

Matt Inman, que escreve e desenha para um blog muito legal chamado The Oatmeal, deu de cara com esses zangões – literalmente – durante uma excursão que em uma floresta no Japão. Lá, ele verificou que a defesa das pequenas abelhas contra as vespas assassinas é algo “cozinhá-las vivas”.

As abelhas se reúnem em um grande grupo e envolvem a vespa assassina, de forma que ela fica parecendo uma grande bola de abelhas pequenas. A vespa fica totalmente presa. As pequenas abelhas, então, começam a chacoalhar suas asas, fazendo-as vibrar como nunca, transformando o local em uma espécie de forno de convecção. Isso aumenta a temperatura da vespa, matando-a.

Mas espera aí, como elas conseguem lidar com o aumento de temperatura?

Bem, as abelhas japonesas conseguem sobrevier em temperaturas superiores a 50°C, mas a vespa assassina não tem tanta resistência assim. Elas aguenta apenas até 46°C.

Os insetos espertamente elevam a temperatura da “bola” a 47°C, transformando o lugar em um verdadeiro inferno para a vespa, que cozinha até morrer. [radiolab]

3 comentários

  • Viniccius Felipe Rubetti:

    É parecido com o que as abelhas nativas (Halictideo) brasileiras fazem com a abelha africana (Apis mellifera). O que acontece mais frequentemente é a abertura das mandíbulas da abelha nativa, e esta investe ferozmente sobre a africana, expulsando-a da flor, mesmo antes de chegar ao néctar.

  • Enrique Nuesch:

    Tem no youtube esse espetáculo escabroso/maravilhoso ao vivo e a cores, filmado pela National Geographic
    “Hornets From Hell – National Geographic”

  • GuilhermeDani:

    Malditos asiáticos, até as abelhas são inteligentes.

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