Esta conclusão chegou depois que pesquisadores realizaram três estudos separados, feitos em diferentes países e com crianças de diferentes idades e com abordagens diferentes. Todos os estudos mostraram que jogar vídeo games com conteúdo pró-social fez com que os jogadores se tornassem mais colaboradores com os outros.
“Vários estudos documentam uma relação entre vídeo games violentos e comportamento agressivo”, afirma Douglas Gentile, psicólogo da Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos. “Esta pesquisa é a primeira que documentou os efeitos positivos de jogar vídeo games pró-sociais”, diz. Estes jogos envolvem personagens que ajudam e colaboram com outros, de modos não violentos.
“Os estudos mostram o mesmo tipo de impacto em três grupos de idades diferentes em três culturas muito diferentes”, afirma Brad Bushman, da Universidade de Michigan (EUA). As pesquisas foram realizadas nos EUA, no Japão, Cingapura e na Malásia. Os resultados semelhantes em todas as localidades mostram que as descobertas são válidas e que podem ser generalizadas, de acordo com Bushman.
Um dos estudos foi realizado em Cingapura com crianças com média de 13 anos, e mostrou que realmente há uma relação entre vídeo games violentos e comportamentos mais agressivos, mas também mostrou uma forte relação entre vídeo games pró sociais e crianças mais dispostas a ajudar os outros.
Em outro estudo, realizado nos Estados Unidos, jovens de 19 anos responderam a questões quanto a suas preferências de jogos violentos ou não, e depois receberam uma lista de tarefas que poderiam pedir para outra pessoa fazer. Se a pessoa conseguisse realizar a tarefa, ganharia dez dólares. A pesquisa com 161 jovens mostrou que aqueles que jogavam vídeo games violentos tiveram maior tendência a dar as tarefas mais difíceis aos outros, e serem menos colaborativos.
Outra pesquisa foi feita no Japão e estudou o comportamento em longo prazo de quase dois mil jovens de dez a 16 anos, que responderam um questionário sobre quantas vezes haviam ajudado alguém no último mês e como era sua exposição a vídeo games não violentos. Três meses depois, responderam a outro questionário, que mostrou uma relação entre a exposição a esse tipo de jogos e um comportamento mais prestativo. De acordo com Bushman, “isso mostra que há uma espiral de melhora com o uso de jogos pró sociais, em contraste com uma espiral de decadência com o uso de jogos violentos e comportamentos agressivos”. “Analisados em conjunto, as descobertas mostram que jogar vídeo games, por si só, não é bom ou ruim para as crianças”, afirma Bushman. “É o tipo de conteúdo do jogo que tem o maior impacto, e não o tempo que se passa jogando”, diz. [Science Daily]